sexta-feira, 6 de maio de 2022

Haverá modo de sair desta situação eclesial?

A submissão subserviente da hierarquia da Igreja aos ditados do estado, representado pela direcção geral da saúde, aquando da “crise” da covid 19, é, culpa minha, para mim incompreensível (desde quando a Pastoral, as Celebrações e a Liturgia da Igreja está submetida ao estado?). Acresce que as consequências, a nível da prática cristã-católica, foram e são desastrosas.

A proliferação imensa de Missas transmitidas pelas chamadas redes sociais criou em muitíssimos católicos a convicção de que participar na Santa Missa nas Igrejas em comunidade com os outros fiéis ou assistir à Missa pela televisão ou internet era a mesma coisa. De facto, a diminuição patente de muitos fiéis na Eucaristia Dominical (e mesmo nas feriais) aí está como testemunho contra o desvario que nos acometeu.

Eu, evidentemente, como é do conhecimento geral, sou um tresloucado, não obstante, atrevo-me a sugerir que os Senhores Bispos e Cardeais ponham um limite mínimo, ou mesmo proíbam, a essas transmissões pelas redes sociais. Seria, sim, adequado proclamar as leituras e comentá-las, e nada mais. Acresce que o Episcopado português poderia fazer uma nota pastoral sobre a Eucaristia e a necessidade de nela participar presencialmente, para todos os que puderem - a ser lida em todas as paróquias nas Celebrações do Santíssimo Sacrifício, num Domingo.

Decresceu, também, drasticamente o número de intenções das Santas Missas. Também aqui me impressiona a ausência de uma indicação, de uma catequese, da parte dos Senhores Bispos, em Nota Pastoral ou de qualquer outro modo mais conveniente, que ensine e explique a importância e eficácia sobrenatural dessas intenções, e do respectivo estipêndio enquanto participação caritativa que proporciona maiores Graças naqueles que as mandam celebrar e que contribui para o sustento dos Sacerdotes e obras da Igreja.

À Honra e Glória de Cristo. Ámen.

Padre Nuno Serras Pereira



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3 comentários:

Maria José Martins disse...


Senhor padre, antes de tudo, quero afirmar que tem toda a razão no que diz.
Porém, informo-o de que as "regras sanitárias, incluindo o fechamento das igrejas e o cancelamento das Celebração ao vivo e em direto", foi decisão da Igreja, mais propriamente, DAS CONFERÊNCIAS EPISCOPAIS, porque, inicialmente--na Alemanha--o Serviço Religioso foi considerado, pelos Políticos, como SERVIÇO PRIORITÁRIO, tal como a ida aos suprmercados, farmácia etc.... Nada que não esteja contemplado na Constituição.
FORAM OS NOSSOS SUPERIORES HIERÁRQUICOS que assim determinaram, apesar do COMPLETO DESACORDO de MUITOS--e eu sou uma delas--que SEMPRE quiseram colocar DEUS EM PRIMEIRÍSSIMO LUGAR! Não, sem termos consciência do problema...mas, com as devidas cautelas, poder-se-ia ter arranjado meios, de forma a que NUNCA, em tempo algum, se FECHASSEM AS IGREJAS: se nem na CASA DE DEUS há SEGURANÇA, aonde a podemos encontrar?!
Claro que, para assim sentir, arriscando-se ao que nos pudesse acontecer, tem que existir uma grande um dose de FÉ e de CONFIANÇA EM DEUS, coisa que, HOJE, infelizmente, é o que se vê!
A meu ver, a IGREJA comportou-se muito mal, gerindo pessimamente a situação! E, em vez de levantar o ânimo e ser SINAL DE ESPERANÇA para o Povo, aproveitando até a fragilidade do momento, para incentivar as pessoas a ter CONFIANÇA em Deus, a refletir sobre o momento, a CONVERTEREM-SE... com redobrada ORAÇÃO e principalmente de ADORAÇÃO, fechou-se cobardemente, deixando-nos à mercê dos LOBOS; o OPOSTO daquilo que, em tempos de outras pandemias, a Igreja sempre fez! E é só recordarmos como Deus premeia aqueles que n/ELE Confiam...Quem não se recorda das circunstâncias em que apareceu a MEDALHA MILAGROSA e com que fim foi mandada cunhar, por Nossa Senhora? Das peregrinações públicas de penitência, feitas por Santos, pedindo ajuda e proteção divinas?
Eu acredito que, para além do TESTEMUNHO de FÉ, que converteria a muitos, DEUS FICARIA ENTERNECIDO com a nossa CONFIANÇA e, de certeza, agiria com firmeza, desmascarando, até, todo o EMBUSTE que possa estar por trás desta PANDEMIA, pois um dos objetivos dos seus mentores está a ser conseguido: OFUSCAR DEUS E O SEU AMOR PELA HUMANIDADE!
E ninguém como Deus, para CONFUNDIR os sábios e os arrogantes deste mundo, se houvesse, por parte dos Seus, um "bocadinho" que fosse, de Fé e Confiança, alicerçadas sobretudo, na TOTAL OBEDIÊNCIA À SUA PALAVRA!!

Maria José Martins disse...


E, para concluir, pois até me perdi no tema, visto ser um assunto que mexe comigo até ao extremo, infelizmente, Senhor Padre, é duro ter que concluir, que a Igreja só está a colher o que tem semeado...Também eu conheço muitos que se dizem CRENTES DE VERDADE, mas que, depois dos confinamentos, se recusam a estar presentes em qualquer Celebração Religiosa, dado o trauma com que ficaram, pois ninguém se dignou esclarecê-los, de que Deus É MAIOR e TUDO PROVIDENCIA, afirmando que se até aqui a Missa televisiva era aceite, porque não é agora?

Eduardo disse...

"...Por isso , ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Eu juro pela minha vida, diz o Senhor Deus, que porque os meus rebanhos foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas expostas a serem devoradas por todas as alimárias do campo, como quem não tinha pastor, pois que os meus pastores não buscavam o meu rebanho, mas só cuidavam esses pastores em se apascentar a si mesmos, e não davam pasto aos meus rebanhos; Ouvi portanto, ó pastores, a palavra do Senhor: Isto diz o Senhor Deus: Eis aí vou eu mesmo sobre esses pastores, a demandar o meu rebanho da mão deles, e fá-los-ei cessar, para que nunca mais apascentem rebanho, nem os tais pastores se apascentem jamais a si mesmos; e livrarei o meu rebanho da sua boca, e ele lhes não servirá mais para a sua comida. Porque isto diz o Senhor Deus: Eis aí eu mesmo irei buscar as minhas ovelhas , e eu as visitarei." ( Ez. xxxiv, 7-11).
Esta profecia de Ezequiel dever-nos-ia tranquilizar!