terça-feira, 19 de dezembro de 2023

D. Tomash Peta e D. Athanasius Schneider recusam bênçãos de uniões pecaminosas

Comunicado da Arquidiocese de Santa Maria em Astana sobre a Declaração "Fiducia supplians", publicada pela Congregação para a Doutrina da Fé e aprovada pelo Papa Francisco a 18 de Dezembro de 2023

O objetivo declarado do referido documento da Santa Sé é dar “a possibilidade de abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo”. Ao mesmo tempo, o documento assegura que tais bênçãos far-se-ão “sem validar oficialmente o seu estatuto ou alterar de qualquer forma o ensinamento perene da Igreja sobre o Matrimónio”.

O facto de o documento não permitir o “matrimónio” de casais do mesmo sexo não deve cegar pastores e fiéis para o grande engano e mal contidos na permissão para abençoar casais em situação irregular e do mesmo sexo. Tal bênção contradiz direta e seriamente a Revelação Divina e a doutrina, e prática, ininterrupta e bimilenária da Igreja Católica. Abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo é um grave abuso do santíssimo Nome de Deus, uma vez que este Nome é invocado sobre uma união objetivamente pecaminosa de adultério ou actividade homossexual.

Portanto, nem mesmo as mais belas afirmações da citada Declaração da Santa Sé podem minimizar as consequências destrutivas e de longo alcance que derivam deste tipo de bênçãos legitimadas. Com tais bênçãos, a Igreja Católica torna-se, senão em teoria pelo menos na prática, uma propagandista da globalista e ímpia “ideologia de género”.

Como sucessores dos Apóstolos e fiéis ao nosso juramento solene, na consagração episcopal, de “preservar o depósito da fé na pureza e na integridade, segundo a tradição sempre e em toda parte observada na Igreja desde o tempo dos Apóstolos”, exortamos e proibimos os sacerdotes e fiéis da Arquidiocese de Santa Maria de Astana de receber ou praticar qualquer forma de bênção de casais em situação irregular e de casais do mesmo sexo. É supérfluo dizer que todo o pecador sinceramente arrependido com a firme intenção de não pecar novamente e de pôr fim à sua situação pecaminosa pública (como, por exemplo, coabitação fora de um casamento canonicamente válido, união entre pessoas do mesmo sexo) pode receber uma bênção.

Com sincera caridade fraterna dirigimo-nos com o devido respeito ao Papa Francisco, que - ao permitir a bênção dos casais em situação irregular e dos casais do mesmo sexo - "não caminha rectamente segundo a verdade do Evangelho" (cf. Gal 2, 14), usando as palavras com que o apóstolo São Paulo advertiu publicamente o primeiro Papa em Antioquia. Portanto, no espírito da colegialidade episcopal, pedimos ao Papa Francisco que revogue a permissão para abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo, para que a Igreja Católica possa brilhar inequivocamente como “coluna e fundamento da verdade” (1Tim 3,15) para todos aqueles que procuram sinceramente conhecer a vontade de Deus e, cumprindo-a, alcançar a vida eterna.

Astana, 19 de Dezembro de 2023

+ Tomash Peta, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Santa Maria de Astana
+ Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Santa Maria de Astana


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9 comentários:

Anónimo disse...

Nem sei como D. Schneider ainda não foi penalizado pelo Papa Francisco.
É pena que muitos não o sigam!
Que Deus continue a dar- lhe coragem para proclamar a Verdade.

Eduardo disse...

Boa pergunta! Porque não terá sido ainda penalizado? E porque é que muitos outros o são. Será que estaremos a assistir, tal como nos tempos de Sto. Atanásio, à configuração de uma situação parecida com a que criou a heresia semiariana que, voluntária ou involutariamente, contribuiu para o isolamento crescente daquele santo, tal como hoje se assiste à marginalização e silenciamento nos meios "tradicionalistas e conservadores" dos vultos mais marcantes da actual resistência à heresia modernista (Lefebvre, Williamson, Viganò,...)

Anónimo disse...

Depois de refletir melhor, apenas me surge uma possível resposta: somente a sua coerência, o seu Testemunho de vida, a sua Santidade, refletida na forma como tenta combater as atuais confusões, a sua humildade...podem, até agora, fazer com que até " os maus" o respeitem e temam.
Que Deus o guarde, porque as suas palavras são como bálsamo, no meio de tanta contradição.

Anónimo disse...


Já acredito em tudo.
Se a perversidade "desses senhores" passa por aí, Deus, a Seu tempo, intervirá: "...se não falardes, estas pedras falarão!"--Palavra do Senhor.

Anónimo disse...

Isso só confirma a hipocrisia de tudo quanto apregoam.
A rigidez apenas existe de um lado, que, para sua desgraça- deles- é o certo...porque para perseguir, caluniar, insultar, os fiéis, tudo vale .
Preparemo- nos, para o pior.
Agora, será sempre a descer.
E com a aprovação de muitos, que mesmo vendo este descalabro ainda referem: " o nosso QUERIDO papa Francisco!"
Vamos para a forca, batendo palmas ao carrasco!

António Costa Gomes disse...

Não sejamos demasiado rígidos com FRANCISCO. Ele é, acima de tudo, um pastor e não um teólogo. Acredito que a "bênção" em sentido restrito (quase um ritual) seja exagerada e esteja contra a prática milenar da Igreja. Jesus não rejeitou ninguém: adúltera, comer com os "pecadores", apanhar espigas no dia sagrado, etc. A ninguém rejeitou.Este seu gesto não poderá ser considerado uma "bênção"? Mas, sejamos mais moderados e entendamos "bênção" como acolhimento, embora este também possa ser considerado como "aceitação" do "status" em que a(s) pessoa(s) se encontra(m). Acho que é necessária muita caridade perante cada caso, muita colaboração entre as entidades eclesiásticas no sentido de, simplesmente, não aceitar colocando-se do lado oposto: da rejeição.

Anónimo disse...

Mas que bem intencionado, me parece estar, caro anónimo.
Já dei muitas vezes o benefício da dúvida ao Papa Francisco.
Porém, hoje, estou como D. Schneider: somente não vê quem não quiser ver; é como a história do " rei vai nu!"
Mas é preciso ser teólogo, para perceber que abençoar um casal( casal?) Gay é proibido por Deus?
E mais, se não soubesse o que está a fazer, porque nos chama rígidos?
Alguma vez Jesus abençoou o Mal?
Nunca!
Acolheu mas nunca se contradisse, convidando, sempre, à Conversão!
E também refere, na Palavra, que nunca façamos alianças com os inimigos, porque Deus Se afasta e seremos CASTIGADOS pelos nossos pecados.
A Graça só abunda, se houver arrependimento e mudança.
O Papa Francisco é o protótipo da confusão biblica, com a agravante de rejeitar e odiar os fiéis, com todo o tipo de calúnias.
Se jogasse da mesma forma com os dois lados, ainda poderia acreditar na sua misericórdia, mas ele odeia quem defende a Verdade, com a radicalidade de Jesus.
Ama o pecador, mas odeia o pecado.
Logo, esse nunca pode ser abençoado.
E depois é só verificar, quem escolhe para os lugares mais Sagrados da Fé Católica, enquanto afasta os mais sérios e coerentes. E, por vezes da pior maneira.
Que Deus lhe dê Luz!

Anónimo disse...

" Que a vossa linguagem seja, sim, sim; não, não, porque tudo o que está para além disso, vem do Maligno!"
Jesus é muito claro e são essas interpretações que abrem as brechas por onde Satanás entra.
Amar é Salvar e não ajudar ao suicídio.
Nenhum bom pai ajuda o filho a afundar- se.
" Se a tua mão for motivo de pecado, para ti, corta- a; se o teu olho também for, arranca- o!" É melhor entrares no Céu sem eles, do que no Inferno perfeito!"
Será preciso mais clareza?

Anónimo disse...

Peço desculpa por chamar Anónimo , quando o comentário está bem identificado.
Só li de relance.
Obrigada