terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Papa Bento XVI resignou por causa das insónias

Bento XVI escreveu ao seu biógrafo, Peter Seewald, no dia 28 de Outubro a dizer que se demitiu, em Fevereiro de 2013, por ter sofrido de insónias durante todo o seu Pontificado.

A "insónia que me tem acompanhado continuamente desde a Jornada Mundial da Juventude, em Colónia [Agosto de 2005] foi o "motivo central" para a sua demissão. O seu médico pessoal tinha-lhe receitado "medicação forte", mas apenas funcionou durante algum tempo.

Uma manhã, durante a sua viagem ao México e Cuba, em Março de 2012, o Papa pegou no seu lenço, como de costume, mas estava "completamente encharcado em sangue". Bento disse que não se lembrava de nada: "Devo ter esbarrado em algo na casa de banho durante a noite e caído".

Após este acidente, o novo médico do Papa prescreveu uma redução nos comprimidos para dormir e recomendou apenas audiências de manhã, quando viajava para o estrangeiro.

Bento XVI sabia que não seria capaz de enfrentar a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em Julho de 2013. Por conseguinte, planeou a sua demissão para que o seu sucessor pudesse viajar para o Brasil.

in gloria.tv


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Confissão: o grande segredo de D. Bosco

No ano 1855, D. Bosco tinha pregado durante três dias os Exercícios Espirituais aos jovens da "Generala", de Turim, um instituto correcional para os indisciplinados. Tendo-os confessado todos, pediu e obteve depois de muita insistência, do próprio ministro Urbano Rattazzi, a licença para os levar, ao todo 350 rapazes, a um passeio até o parque real de Stupinigi, nos arredores de Turim. 

A mais espontânea alegria durou até ao fim da tarde e, na hora de voltar para casa, ninguém deixou de responder à chamada. É impossível descrever a surpresa de todos, que não podiam explicar como é que um pobre Padre sozinho, sem guardas nem soldados, tinha podido manter em ordem e submissos tão grande número de internados. Não sabiam que o grande segredo de D. Bosco era a confissão.

Pe. Luiz Chiavarino in 'Confessai-vos bem'


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D. Bosco e as vocações sacerdotais

"Conheço bem os jovens; um terço deles tem em si um germe de vocação."
São João Bosco


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segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Quem rezar salva-se, quem não reza não se salva

Quem reza salva-se, quem não reza não se salva. Todos os santos, excepto as crianças (antes da idade da razão), se salvaram com a oração. Todos os que se condenaram condenaram-se por não rezar, se tivessem rezado não se teriam perdido. E este é, e será, o seu maior desespero no inferno: que poderiam ter-se salvado com tanta facilidade; bastava pedir a Deus as graças, e agora já não é possível pedi-las.

Resumindo, salvar-se sem rezar é dificílimo, diria até impossível; mas rezando, a salvação é segura e facílima.

Santo Afonso Maria de Ligório in 'Del Gran Mezzo della Preghiera'


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Entrevista de D. Athanasius Schneider no Líbano



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domingo, 29 de janeiro de 2023

Exame de consciência antes de dormir - São Francisco de Sales

Escolhe alguns minutos antes de dormir e prostra-te diante do teu Deus aos pés do crucifixo, lembrando-te contigo mesmo da dissipação do dia. Reacende no teu coração o fogo da meditação da manhã por actos de profunda humilhação, por suspiros de ardente amor a Deus, e aprofunda-te, abrasado deste amor, nas chagas do amantíssimo Salvador, ou então vai repassando em teu espírito e no fundo do teu coração tudo quanto saboreaste na oração, a não ser que prefiras ocupar-te de um novo objeto.

Quanto ao exame de consciência, que devemos fazer antes de nos deitarmos, não há ninguém que ignore.

1. Devemos agradecer a Deus de nos ter conservado durante o dia.

2. Examinam-se todas as acções, uma a uma, e as suas circunstâncias.

3. Achando-se alguma coisa de bom, feita nesse dia, dá-se graças a Deus; se, ao contrário, se lhe tem ofendido por palavras, por pensamentos e por obras; pede-se-lhe perdão por um acto de contrição, que deve abranger a dor dos pecados cometidos, o bom propósito de corrigi-los e boa vontade de confessá-los na primeira ocasião.

4. Depois disso, recomenda-se a divina Providência o corpo e a alma, a Igreja, os parentes e amigos; invoca-se a Santíssima Virgem, os Santos e os Anjos da Guarda, pedindo-lhes de velar sobre nós. Feito isso, com a bênção de Deus, vamos tomar o repouso que ele quer que tomemos.

Nunca se deve omitir esta oração da noite, assim como a da manhã; pois como, pela oração da manhã se abrem as janelas da alma para o Sol da justiça, assim pela oração da noite elas se fecham para as trevas do inferno.

São Francisco de Sales in 'Filoteia ou a Introdução à Vida Devota'


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sábado, 28 de janeiro de 2023

Jovens Católicos rezam o Terço durante encontro ecuménico

Cerca de 15 jovens católicos de rito tradicional ajoelharam-se na igreja de Belle-Beille (França) para rezar o terço durante uma cerimónia ecuménica.

O Bispo de Angers, Mons. Emmanuel Delmas, tinha reunido várias "denominações" cristãs, durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, a fim de promover a "abertura" e a "tolerância". Mas, quando os católicos começaram a rezar, o diácono Joël Caillé chamou a polícia.

O Bispo Delmas disse aos activistas dos meios de comunicação social que condenou "veementemente" a oração. Segundo ele, os jovens mostraram uma "falta de respeito pela oração" e pelo "carácter sagrado da igreja como lugar de unidade, paz e comunhão", o que, pelos vistos, exclui os católicos que rezam o terço.

Uma imagem reveladora publicada em Ouest-France.fr mostra os jovens católicos ajoelhados na igreja, no meio de pessoas secularizadas e envelhecidas.

in gloria.tv


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São Pedro Nolasco, fundador do Mercedários

São Pedro Nolasco nasceu em 1190. Os pais constatavam com muita satisfação, que ao desenvolvimento físico do filho, correspondia igual progresso moral. Era admirável a terna compaixão que Pedro, criança ainda, revelava pelos pobres. O aspecto da miséria causava-lhe tanta tristeza, que os pais, querendo consolá-lo, haviam de dar-lhe esmolas para os pobres. 

Mais tarde, quando estudante, repartia com os pobres tudo que dos pais recebia. Com o maior cuidado guardava o tesouro da pureza do coração, e todo o seu desejo era poder servir a Deus do modo mais perfeito. Daí a fuga de tudo que pudesse desagradar a Deus, ou ser um perigo para a sua alma. 

Pedro tinha 15 anos quando perdeu o pai. A mãe, desejando ter uma auxiliar no governo da casa, insistiu com Pedro para que estabelecesse família, ao que este se opôs terminantemente. Mais ainda: fez os votos de castidade e de pobreza, com o propósito de repartir os bens entre os pobres.

A França, naquela época, estava tomada por sérias desordens que infestavam todo o território sul, dentre as quais os abusos dos albigenses (facção maniqueísta que alastrou-se pelo país). Para evitar qualquer contato com os hereges, Pedro associou-se ao conde Simão Monfort, comandante do Exército Católico. Com ele mudou-se para a Espanha, onde lhe foi confiada a educação do príncipe Jaime de Aragão.

Ofereceu-se-lhe ocasião de observar a tristíssima sorte dos cristãos que tiveram a infelicidade de cair no poder dos muçulmanos, que corriam grande perigo de perder a fé. Diante disto Pedro aplicou toda a sua fortuna no resgate daqueles infelizes, mas como a quantidade de escravos era enorme, acabou tendo de recorrer à caridade de outras pessoas que, caridosamente contribuíram com elevadas somas para a redenção dos pobres cativos.

No primeiro de Agosto de 1223, Pedro teve uma revelação da Santíssima Virgem, a qual mostrando grande satisfação pelo bem que fizera aos cristãos, deu-lhe a ordem de fundar uma congregação com o fim determinado da redenção dos cativos. Pedro comunicou este facto a São Raimundo de Penaforte, seu confessor e ao Rei Jaime, e grande surpresa teve quando deles soube, que ambos, na mesma noite, haviam tido a mesma aparição. 

Tendo assim tão claramente a revelação da vontade divina, Pedro sem demora pôs mãos à obra e emitiu os três votos, de pobreza, castidade e obediência, acrescentando o quarto, de sacrificar os bens e a própria liberdade, se necessário fosse, pela redenção dos captivos. Do bispo Berengário, de Barcelona, recebeu estes seus votos.

São Raimundo de Penaforte, por sua vez, organizou as constituições da regra da nova ordem, e impôs a Pedro o hábito nomeando-o primeiro Superior. A nova instituição teve gratíssimo acolhimento da parte do povo e com Raimundo, mais dois fidalgos receberam o hábito.

A nova regra obteve, já em 1235, a aprovação da Santa Sé. Durante o espaço de trinta e um anos dirigiu os destinos da Ordem, e por milhares contaram-se os cristãos que lhe deveram a libertação do cativeiro mourisco.

Grande desejo tinha tinha de visitar o túmulo do apóstolo São Pedro, a quem dedicava especial devoção. Quando, na hora das matinas apresentou a Deus o pedido de ver realizado esse desejo, apareceu-lhe São Pedro, fazendo-lhe ver que não era a vontade de Deus que fizesse aquela viagem. Pedro contentou-se inteiramente com esta resposta.

Os últimos anos da sua vida foram-lhe amargurados pela impossibilidade de trabalhar. Sentindo-se ao fim da peregrinação terrena, reuniu todos os religiosos de sua Ordem, para lhes dar os últimos conselhos e a bênção. As últimas palavras que disse, foram: "Eu vos louvarei, Senhor, porque a salvação trouxestes ao povo". São Pedro Nolasco morreu a 25 de Dezembro de 1256.

in paginaoriente.com


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sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Dominus Vobiscum




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São João Crisóstomo explica quais são os 5 caminhos de conversão

Dou-te a conhecer os cinco caminhos da conversão: o primeiro é o arrependimento pelos nossos pecados; depois, o perdão concedido às ofensas do próximo; o terceiro consiste na oração; o quarto, na esmola; o quinto, na humildade. Não fiques, pois, inativo, mas toma cada dia todos estes caminhos. São caminhos fáceis e não podes apresentar como pretexto a tua miséria.

Pois, mesmo que vivas na maior pobreza, podes abandonar a cólera, praticar a humildade, rezar assiduamente e arrepender-te dos teus pecados [...]. Uma vez que estejas no caminho da conversão, dá o que possuis. Nem a pobreza nos impede de cumprir este mandamento: vemo-lo na viúva que deu as duas moedas que tinha.

Esta é a maneira de curarmos as nossas feridas: apliquemos, pois, estes remédios. Tendo retomado a saúde da alma, aproximar-nos-emos da mesa santa e, com muita glória, iremos ao encontro do Rei da glória, Cristo. Ganhemos os bens eternos pela graça, a misericórdia e a bondade de Jesus Cristo Nosso Senhor.

in 'Sermão sobre o diabo tentador' 


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quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Oração de São Policarpo antes de morrer mártir

Senhor Deus omnipotente, Pai do vosso amado e bendito Filho Jesus Cristo, por meio do qual Vos conhecemos, Deus dos anjos, das potestades, de toda a criação e de todos os justos que vivem na vossa presença, eu Vos bendigo porque Vos dignastes, neste dia e nesta hora, incluir-me no número dos vossos mártires, fazer-me tomar parte no cálice do vosso Ungido e, pelo Espírito Santo, alcançar a ressurreição na vida eterna, na incorruptibilidade da alma e do corpo. 

No meio dos vossos mártires Vos peço que eu seja hoje recebido na vossa presença, como sacrifício abundante e agradável, tal como Vós o tínheis preparado e mo destes a conhecer, e agora o realizais, ó Deus verdadeiro e sem falsidade. 

Por todas as coisas Vos louvo, Vos bendigo, Vos glorifico por meio do eterno e celeste Pontífice, Jesus Cristo, vosso amado Filho. Por Ele seja dada toda a glória a Vós, em união com Ele e com o Espírito Santo, agora e nos séculos que hão-de vir, Ámen.

in Carta da Igreja de Esmirna sobre o martírio de São Policarpo (69-155)


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quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Conversão do Apóstolo São Paulo

Hoje é dia da conversão de São Paulo: de perseguidor cruel dos cristãos passou, de um dia para o outro, a ser o maior dos apóstolos. Graças a essa conversão providencial temos o belíssimo hino da caridade (1Cor 13), que é lido na maioria dos casamentos. Infelizmente poucos percebem a mensagem deste texto.

Basicamente, São Paulo diz que podemos fazer coisas muito boas, mas se não forem feitas por amor a Deus nada valem para a vida eterna. O que não quer dizer que não possam ser uma ajuda para querer amar a Deus acima de todas as coisas, e aos outros por causa do amor a Deus, i.e. conseguir a mais importante de todas as virtudes: a caridade.

«Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver amor, sou como um bronze que soa
ou um címbalo que retine.

Ainda que eu tenha o dom da profecia
e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas,
se não tiver amor, nada sou.

Ainda que eu distribua todos os meus bens
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver amor, de nada me aproveita.

O amor é paciente,
o amor é prestável,
não é invejoso,
não é arrogante nem orgulhoso,
nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita nem guarda ressentimento.

Não se alegra com a injustiça,
mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais passará.
As profecias terão o seu fim,
o dom das línguas terminará
e a ciência vai ser inútil.

Pois o nosso conhecimento é imperfeito
e também imperfeita é a nossa profecia.
Mas, quando vier o que é perfeito,
o que é imperfeito desaparecerá.

Quando eu era criança,
falava como criança,
pensava como criança,
raciocinava como criança.

Mas, quando me tornei homem,
deixei o que era próprio de criança.
Agora, vemos como num espelho,
de maneira confusa;
depois, veremos face a face.

Agora, conheço de modo imperfeito;
depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora permanecem estas três coisas:
a fé, a esperança e o amor;
mas a maior de todas é o amor.»


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Amar os pobres e a pobreza

As coisas que possuímos não são nossas. Deus deu-no-las para que as cultivemos e quer que as tornemos frutuosas e úteis. Prescindi sempre, portanto, de uma parte dos vossos meios e dai-a aos pobres de bom coração. É verdade que Deus vo-lo devolverá, não só no outro mundo, mas também já neste, porque não há coisa que mais nos faça prosperar do que a esmola; mas, enquanto esperais que Deus vo-lo torne, estareis já mais pobres daquilo que destes, e como é santo e rico o empobrecimento que advém de se ter dado esmola!

Amai os pobres e a pobreza, porque por este amor tornar-vos-eis verdadeiramente pobres, tal como está dito nas Escrituras: tornamo-nos naquilo que amamos (cf. Os 9,10). O amor torna os amantes iguais: «Quem é fraco, sem que eu o seja também?», diz São Paulo (2 Co 11,29). Poderia ter dito: «Quem é pobre, sem que eu o seja também?», porque o amor tornava-o igual a quem amava. 

Portanto, se amais os pobres, sereis verdadeiramente participantes da sua pobreza, e pobres como eles. Assim, se amais os pobres, ide com frequência para o meio deles: tende prazer em os receber em vossas casas e em visitá-los; conversai voluntariamente com eles, ficai felizes por eles se aproximarem de vós na igreja, na rua ou em qualquer outro local. Sede pobres de língua para com eles, falando-lhes como amigo, mas sede ricos de mãos, largamente lhes dando dos vossos bens, pois vós os tendes em muito maior abundância. 

Quereis fazer mais, ainda? Tornai-vos servos dos pobres; ide servi-los com as vossas próprias mãos e a expensas vossas. Maior triunfo há neste serviço do que o que há na realeza.

São Francisco de Sales in 'Introdução à vida devota', parte 3, cap. 15


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domingo, 22 de janeiro de 2023

Cardeal Müller considera imprudentes as restrições à Missa Tradicional

"As restrições do Papa Francisco à Missa em latim foram imprudentes. Sugiro ao Sumo Pontífice que esteja atento a todas as sensibilidades dentro da Igreja, incluindo as mais afastadas da sua."

Cardeal Gerhard Müller em entrevista ao 'La Stampa'


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Minorias criativas no Estados Unidos



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sábado, 21 de janeiro de 2023

Dia da Bênção dos cordeiros em Roma


Até 2019, neste dia de Santa Inês, era feita pelo Santo Padre a tradicional bênção dos cordeiros em Roma, na Basílica de Santa Inês fora dos muros. 

O gesto está carregado de significado por ser dia de Santa Inês, que vem do latim 'Agnes', que por sua vez significa cordeiro. Como é costume, dois cordeiros foram adornados: um com flores brancas, em homenagem à virgindade de Santa Inês, e o outro com flores encarnadas, em homenagem ao seu martírio. Depois da bênção os dois animais são transportados para o mosteiro beneditino de Santa Cecilia, em Trastevere, onde recebem os melhores cuidados. 

Alguns dias antes da Páscoa são tosquiados e a lã entregue ao Papa. Essa lã servirá para a tecelagem dos pálios, que são faixas com seis cruzes pretas de seda que simbolizam a jurisdição dos arcebispos metropolitas nas suas igrejas e nas da sua província eclesiástica. 

Finalmente, no dia 29 de Junho, dia de São Pedro e São Paulo, os pálios são entregues pelo Papa aos arcebispos metropolitas nomeados durante esse ano.


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O corajoso martírio e a santa pureza de Santa Inês

Entre as heroínas da Igreja primitiva, que derramaram o sangue em testemunho da fé é Santa Inês aquela a que os Santos Doutores da Igreja tecem os maiores elogios. São Jerónimo, em referência a esta santa, escreve: “Todos os povos são unânimes em louvar Santa Inês, porque vencendo a fraqueza da idade e o tirano, coroou a virgindade com a morte do martírio”. De modo semelhante se exprimem Santo Ambrósio e Santo Agostinho. Com Maria Santíssima e Santa Tecla, Santa Inês é invocada para obter-se a virtude da pureza.

Inês nasceu em Roma, descendente de família nobre. Logo que soube avaliar a excelência da pureza virginal, ofereceu-a a Deus, num santo voto. A riqueza, formosura e nobre origem de Inês fizeram com que diversos jovens, de famílias importantes de Roma a pedissem em casamento. A todos Inês respondia que seu coração já pertencia a um esposo invisível a olhos humanos. Do amor ao ódio é só um passo.

As declarações de amizade e afecto dos pretendentes seguiu-se a denúncia, que arrastou a donzela ao tribunal, para defender-se contra a acusação de ser cristã. A maneira como o juiz a tratou, para conseguir que abandonasse a religião, obedeceu ao programa costumeiro em tais ocasiões: elogios, desculpas, galanteios e promessas. Experimentada a ineficácia destes recursos, entravam em cena, imposições, ameaças, insultos, brutalidades. O juiz fez Inês saborear todos os recursos da força inquisitorial da justiça romana.

Inês não se perturbou. Mesmo quando lhe mostraram os instrumentos de tortura, cujo simples aspecto era bastante para causar espanto ao homem mais forte, Inês olhou-os com indiferença e desprezo. Arrastada com brutalidade ao lugar onde se achavam imagens de deuses e intimada a queimar incenso, a donzela levantou as mãos puríssimas ao céu, para fazer o sinal da cruz. No auge do furor, vendo frustrados todos os esforços e posta ao ridículo sua autoridade, o juiz teve uma inspiração diabólica: mandar a donzela a uma casa de pecado. Inês respondeu-lhe: “Jesus Cristo vela sobre a pureza da sua esposa e não permitirá que lha roubem. Ele é meu defensor e abrigo. Podes derramar o meu sangue. Nunca, porém, conseguirás profanar o meu corpo, que é consagrado a Jesus Cristo”.

A ordem do juiz foi executada e daí a pouco Inês foi levada para o lugar da prostituição. Dos diversos rapazes que lá estavam, só um teve o atrevimento de se aproximar de Inês, com malignos intuitos. Mas, no momento em que ia estender a mão contra ela, caiu por terra, como fulminado por um raio. Os companheiros, tomados por um grande pavor, tiraram o corpo do infeliz e levaram-no para outro lugar. Não estava morto, como todos supuseram no primeiro momento, mas aos olhos faltou-lhes a luz. Inês rezou sobre ele e a cegueira desapareceu.

O juiz, profundamente humilhado com esta inesperada vitória da Santa, deu ordem para que fosse decapitada.

Ao ouvir esta sentença, a alma de Inês encheu-se de júbilo. Maior não podia ser a satisfação e a alegria da jovem noiva, ao ver aproximar-se o dia das núpcias, que o prazer que Inês experimentou, quando ouviu dos lábios do juiz o convite para as núpcias eternas com Jesus Cristo, o seu celeste esposo. O algoz tinha recebido ordem para, antes de executar a sentença de morte, convidar a Inês para prestar obediência à intimação do juiz. Inês rejeitou com firmeza . Ajoelhando-se, inclinou a cabeça, ao que parecia para prestar a Deus a última adoração aqui na terra, quando a espada do algoz lhe deu o golpe de morte. Os presentes, vendo este triste e ao mesmo tempo grandioso espectáculo, soluçavam alto.

Santa Inês completou o martírio a 21 de Janeiro de 304 ou 305. tendo apenas a idade de 13 anos. No tempo do imperador Constantino foi construída em Roma uma igreja dedicada à gloriosa mártir.

Santa Inês é padroeira das Filhas de Maria, por causa da sua pureza Angélica. Os jardineiros também a veneram como padroeira, por ser o modelo perfeito da pureza, como Maria Santíssima, que é chamada “hortus conclusus”, horto fechado. É padroeira dos noivos, por ter-se chamado esposa de Cristo. 

Do nome Inês há duas interpretações, a grega e a latina. Inês em grego é Hagne, isto é, pura; em latim, agna significa cordeirinho. Na Igreja latina prevaleceu esta interpretação. Dois dias depois da sua morte, a mártir apareceu a seus pais, acompanhada de um grupo de virgens, tendo ao seu lado um cordeirinho. 

Santo Agostinho admitia as duas interpretações. “Inês, diz ele, significa em latim um cordeirinho e em grego, a pura”. – No dia da festa desta Santa, na sua igreja em Roma são apresentados e bentos cordeirinhos, de cuja lã são confeccionados os “pálios” dos Arcebispos.

in farfalline


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sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Stat Crux Dum Volvitur Orbis (lema da Cartuxa)




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Existem dois tipos de martírio: um público e um oculto

Uma vez que hoje celebramos a festa dum mártir, irmãos, devemos preocupar-nos com a forma de paciência praticada por ele. Com efeito, se, com a ajuda do Senhor, nos esforçarmos por manter essa virtude, obteremos sem dúvida a palma do martírio, ainda que vivamos na paz da Igreja. 


Porque há dois tipos de martírio: o primeiro consiste numa disposição do espírito; o segundo alia a essa disposição os actos da existência. Por isso, podemos ser mártires mesmo sem morrermos executados pelo gládio do carrasco. Morrer às mãos dos perseguidores é o martírio em acto, na sua forma visível; suportar as injúrias amando quem nos odeia é o martírio em espírito, na sua forma oculta.

Que haja dois tipos de martírio, um oculto, o outro público, a própria Verdade o comprova quando pergunta aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?» E à sua asserção, «Podemos», o Senhor riposta: «Bebereis do meu cálice.» Ora, que pode significar para nós este cálice, senão os sofrimentos da sua Paixão, da qual diz noutro sítio: «Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39)? Os filhos de Zebedeu, Tiago e João, não morreram ambos mártires, mas foi a ambos que o Senhor disse que haviam de beber esse cálice.

De facto, se bem que não viesse a morrer mártir, João acabou todavia por sê-lo, já que os sofrimentos que não sentiu no corpo os sentiu na alma. Devemos então concluir do seu exemplo que nós próprios podemos ser mártires sem passar pela espada, se conservarmos a paciência da alma.

São Gregório Magno in Homilias sobre os Evangelhos, n.º 35 


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quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Cardeal Sarah: "Há uma doença grave na Liturgia"

O Cardeal Robert Sarah deu uma entrevista à Valeurs Actuelles. Aqui fica um resumo:

• A ideia de que todos iremos para o Céu não está no Evangelho.

• O pecado deve ser denunciado e os culpados devem ser punidos.

• O Islão está se espalhando porque nós [católicos] não somos nem missionários nem fervorosos na nossa fé. O avanço do Islão revela a tibieza dos cristãos. Não ousamos evangelizar.

• A liturgia obedece a padrões codificados, herdados de mil gerações, mas a liturgia católica está doente hoje.

• Por que razão tantos jovens estão fascinados com a liturgia antiga? Sejamos honestos. Seria muito fácil simplesmente dizer que todos têm uma necessidade psicológica de identidade. Mas não seria melhor admitir que muitas celebrações (Novus Ordo) os desapontam?

• Às vezes acredita-se que a liturgia deve ser mais acessível através do uso de música secular, atitudes artificialmente relaxadas, a remoção de separações sagradas e o nivelamento arquitectónico das igrejas. Isso é uma trágica ilusão. Todas essas escolhas levam-nos mais longe longe de Deus.

• Sobre Traditionis custodes quero ser explícito. Há um profundo mal-estar e um sofrimento real na Igreja em torno da liturgia.

• Muitas vezes, as liturgias paroquiais não são fiéis ao Vaticano II. Por exemplo, o canto gregoriano tem o primeiro lugar, como foi pedido?

• A prática litúrgica actual deve evoluir. Deve integrar os melhores elementos do antigo à luz do Concílio: a celebração orientada ad Deum ou para a Cruz, o uso amplo do latim, o uso do antigo ofertório ou das orações disse ao pé do altar.

• Um culto que não se torna cultura é uma ilusão.

• O que está a acontecer na Alemanha [Sínodo Alemão] é assustador. É uma tentativa de abandonar o Evangelho, uma tentativa de apostasia. A Igreja lá é muito rica, muito dependente do Estado, muito ligada ao mundo.

• [A igreja alemã] acredita que ao copiar os protestantes, que abençoam as uniões entre pessoas do mesmo sexo e nomeiam mulheres como pastoras, terá sucesso. No entanto, essas comunidades protestantes alemãs quase não têm vocações ou fiéis! Então, do que estamos correndo atrás?

in gloria.tv


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Morreu a Irmã André Randon, a pessoa mais velha do mundo

André Randon era uma freira Vicentina francesa com 118 anos. Era a mulher mais velha do mundo, tendo nascido em 1904. Converteu-se do protestantismo ao Catolicismo em 1923. Depois disso entrou, aos 19 anos, na Congregação Filhas da Caridade.

Até aos 108 anos a Irmã Randon ainda trabalhava. Mas agora estava já relegada à cadeira de rodas e estava cega. Que Nosso Senhor lhe dê a justa recompensa.


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terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Corpo de Bento XVI transferido de noite em carrinha "normal"

Os restos mortais do Papa Bento XVI foram transferidos sob o manto da escuridão numa carrinha de mercadorias, desde a sua residência, Mosteiro Mater Ecclesiae, até à Basílica de São Pedro.

O seu caixão foi seguido apenas por aqueles que cuidaram dele. NENHUM representante oficial da Santa Sé esteve presente.

Os bispos em Roma sussurravam que queriam uma procissão à luz do dia. Os restos mortais entraram na Basílica por uma entrada lateral.

Aldo Maria Valli comenta que Bento XVI teve o mesmo destino da liturgia romana: foi admitido no recinto sagrado, mas sem receber as honras que merecia.

in gloriatv


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segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

A prodigiosa Schola Cantorum de rapazes em Brompton Oratory



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Papa Bento XVI e a qualidade da música

“A qualidade da música depende da pureza e da grandeza do encontro com o Divino, com a experiência do amor e da dor. Quanto mais esta experiência for pura e verdadeira, tanto mais pura e grande será a música, que dela nasce e se desenvolve”.

Papa Bento XVI - Discurso durante a entrega dos seus 9º e 10º doutorados - Castel Gandolfo, 4.VII.2015


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domingo, 15 de janeiro de 2023

Último texto escrito pelo Cardeal Pell: "O próximo Sínodo é um pesadelo tóxico"

Pouco dias antes de morrer, no passado dia 10 de Janeiro, o Cardeal George Pell escreveu o seguinte artigo no 'The Spectator', no qual denunciava o "Sínodo sobre a Sinodalidade" como um "pesadelo tóxico":

O Sínodo dos Bispos Católicos está agora ocupado a construir aquilo que eles consideram ser o "sonho de Deus" da sinodalidade. Infelizmente este sonho divino transformou-se num pesadelo tóxico, apesar das boas intenções professadas pelos bispos. Produziram um folheto de 45 páginas que apresenta o seu relato das discussões da primeira fase de "escuta e discernimento", realizada em muitas partes do mundo, e é um dos documentos mais incoerentes alguma vez enviados de Roma.

Embora agradeçamos a Deus que os números católicos em todo o mundo, especialmente em África e na Ásia estão a aumentar, o quadro é radicalmente diferente na América Latina, com perdas para os protestantes, bem como para os secularistas.

Sem sentido de ironia, o documento intitula-se "Amplia o Espaço da Tenda" e o objectivo de o fazer é acomodar, não os recém baptizados - aqueles que responderam ao apelo de arrependimento e crença - mas qualquer pessoa que possa estar interessada o suficiente para ouvir. Os participantes são instados a serem acolhedores e radicalmente inclusivos: "Ninguém é excluído". O documento não exorta nem mesmo os participantes católicos a fazer discípulos de todas as nações (Mat 28, 16-20), muito menos a pregar o Salvador oportuna e inoportunamente (2 Tim 4, 2).

A primeira tarefa para todos, e especialmente para os professores, é ouvir no Espírito. De acordo com esta recente actualização da boa-nova, a 'sinodalidade' como uma forma de ser para a Igreja não é para ser definida, mas apenas para ser vivida. Ela gira em torno de cinco tensões criativas, começando pela inclusão radical e avançando para a missão num estilo participativo, praticando 'co-responsabilidade com outros crentes e pessoas de boa vontade'. As dificuldades são reconhecidas, tais como a guerra, o genocídio e o fosso entre clero e leigos, mas tudo pode ser sustentado, dizem os Bispos, por uma espiritualidade animada.

A imagem da Igreja como uma tenda em expansão com o Senhor no seu centro vem de Isaías, e o objectivo desta é salientar que esta tenda em expansão é um lugar onde as pessoas são ouvidas e não julgadas, não excluídas. Assim lemos que o povo de Deus precisa de novas estratégias; não de disputas e confrontos, mas de diálogo, onde a distinção entre crentes e descrentes é rejeitada. O povo de Deus deve realmente ouvir, insiste, o grito dos pobres e da Terra.

Devido a diferenças de opinião sobre aborto, contracepção, ordenação das mulheres ao sacerdócio e actividade homossexual, alguns sentiram que não se podem estabelecer ou propor posições definitivas sobre estas questões. O mesmo se aplica à poligamia, ao divórcio e ao “recasamento”. No entanto, o documento é claro quanto ao problema da posição inferior das mulheres e dos perigos do clericalismo, embora seja reconhecida a contribuição positiva de muitos sacerdotes.

O que se deve fazer deste potpourri, desta efusão de boa vontade da Nova Era? Não se trata de um resumo da fé católica ou dos ensinamentos do Novo Testamento. É incompleto, hostil de formas significativas à tradição apostólica e em nenhum lugar reconhece o Novo Testamento como a Palavra de Deus, normativa para todos os ensinamentos sobre fé e moral. O Antigo Testamento é ignorado, o patriarcado rejeitado e a Lei Mosaica, incluindo os Dez Mandamentos, não é reconhecida.

Inicialmente, podem ser feitas duas observações. Os dois sínodos finais em Roma em 2023 e 2024 terão de clarificar o seu ensino sobre questões morais, uma vez que o Relator (escritor chefe e director) Cardeal Jean-Claude Hollerich rejeitou publicamente os ensinamentos básicos da Igreja sobre sexualidade, com o fundamento de que estes contradizem a ciência moderna. Em tempos normais, isto teria significado que a sua continuação como Relator era inadequada, ou mesmo impossível.

Os sínodos têm de escolher se são servos e defensores da tradição apostólica sobre fé e moral, ou se o seu discernimento os obriga a afirmarem a sua soberania sobre o ensino católico. Têm de decidir se os ensinamentos básicos sobre coisas como o sacerdócio e a moral podem ser estacionados num limbo pluralista onde alguns escolhem redefinir os pecados para baixo e a maioria concorda em diferir respeitosamente.

Fora do sínodo, a disciplina está a afrouxar - especialmente no Norte da Europa, onde alguns bispos não foram repreendidos, mesmo depois de terem afirmado o direito de um bispo à dissidência; um pluralismo de facto já existe mais amplamente em algumas paróquias e ordens religiosas sobre coisas como abençoar a actividade homossexual.

Os bispos diocesanos são os sucessores dos apóstolos, o principal professor em cada diocese e o foco da unidade local para o seu povo e da unidade universal em torno do Papa, o sucessor de Pedro. Desde o tempo de Santo Irineu de Lião, o bispo é também o garante da fidelidade contínua ao ensinamento de Cristo, a tradição apostólica. São governadores e por vezes juízes, assim como professores e celebrantes sacramentais e não são apenas flores de parede ou carimbos de borracha.

'Ampliar a Tenda' está atento às falhas dos bispos, que por vezes não ouvem, têm tendências autocráticas e podem ser clericalistas e individualistas. Há sinais de esperança, de liderança e cooperação eficazes, mas o documento opina que os modelos piramidais de autoridade devem ser destruídos e a única autoridade genuína vem do amor e do serviço. A dignidade baptismal deve ser enfatizada, não os estilos de ordenação ministerial e de governação devem ser menos hierárquicos e mais circulares e participativos.

Os principais actores em todos os sínodos católicos (e concílios) têm sido os bispos. De uma forma suave e cooperativa isto deve ser afirmado e posto em prática nos sínodos, para que as iniciativas pastorais permaneçam dentro dos limites da sã doutrina. Os bispos não estão lá simplesmente para validar o devido processo e oferecer um "nihil obstat" ao que ouviram.

Nenhum dos participantes do sínodo: leigos, religiosos, sacerdotes ou bispos, está bem servido pela decisão sinodal de que a votação não é permitida e as propostas não podem ser propostas. Transmitir apenas a opinião do comité organizador ao Santo Padre para que este faça o que ele decide é um abuso da sinodalidade, um afastamento dos bispos, injustificado pelas escrituras ou tradição. Não é um processo justo e é passível de manipulação.

Reuniões contínuas deste tipo aprofundam as divisões e alguns poucos sabem que podem explorar a confusão e a boa vontade. Os ex-Anglicanos entre nós têm razão em identificar a confusão crescente, o ataque à moral tradicional e a inserção no diálogo do jargão neo-marxista sobre exclusão, alienação, identidade, marginalização, os sem voz, LGBTQ, bem como a mudança de noções cristãs de perdão, pecado, sacrifício, cura, redenção. Porquê o silêncio sobre a vida após a morte de recompensa ou castigo, sobre as quatro últimas coisas; morte e julgamento, céu e inferno?

Até agora a via sinodal tem negligenciado, na verdade desvalorizado, o Transcendente, encoberto a centralidade de Cristo com apelos ao Espírito Santo e encorajado o ressentimento, especialmente entre os participantes.

Os documentos de trabalho não fazem parte do magistério. São uma base de discussão; para serem julgados por todo o povo de Deus e especialmente pelos bispos com e sob o Papa. Este documento de trabalho necessita de mudanças radicais. Os bispos devem compreender que há trabalho a ser feito, em nome de Deus, mais cedo do que mais tarde.

Cardeal George Pell in 'The Spectator'



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