sábado, 8 de fevereiro de 2025

São João da Mata, libertador dos cristãos prisioneiros dos Mouros

São João da Mata nasceu na Provence (França), a 23 de Junho de 1160, de nobre família. As armas da casa de Mata, representavam um cativo carregado de correntes com estas palavras como divisa: ‘Senhor, livrai-me destas correntes’.

Enquanto a sua mãe aguardava o seu nascimento, um dia em que se recomendava particularmente à Santíssima Virgem, Nossa Senhora apareceu-lhe dizendo: ‘Não temas, tu darás ao mundo um filho que será santo e o redentor dos escravos cristãos. Será pai de um grande número de filhos que cumprirão o mesmo ministério para a salvação das almas’.

Os seus pais educaram-no no amor de Deus e da Virgem, e desde cedo o menino correspondeu aos seus cuidados. Fez os estudos na Universidade de Aix e ao voltar para casa decidiu retirar-se para o deserto, escolhendo a região de Beaune, onde Santa Madalena vivera em penitência. O demónio assaltou-o rudemente, mas foi vencido por uma coragem semelhante a de Santo Antão e de outros solitários.

Após um ano de solidão, Nosso Senhor recomendou-lhe que fosse acabar os seus estudos porque queria servir-Se dele. João foi para a Universidade de Paris cursar teologia. Um dia em que rezava ante um crucifixo no convento de São Vítor, ouviu uma voz que lhe disse por três vezes: ‘Procura a sabedoria, ó Meu filho, e alegra o Meu coração’. Ele voltou aos estudos com novo vigor e tornou-se tão versado, que os mestres da universidade lhe ofereceram o chapéu de doutor. Ele ao princípio recusou. Mas São Pedro apareceu ordenando-lhe que o aceitasse em nome do Senhor. Enquanto lecionava teologia, S. João da Mata foi ordenado sacerdote.

Quando o Bispo lhe impôs as mãos dizendo: ‘Aceita o Espírito Santo’, uma bola de fogo apareceu sobre a sua cabeça. No dia da sua primeira Missa, no momento da Elevação, a assistência admirada viu surgir sobre o altar um Anjo vestido de branco, trazendo no peito uma cruz vermelha. Ele estendia as suas mãos cruzadas sobre dois cativos dos quais um era cristão e o outro mouro. São João explicou então que Deus o chamara a fundar uma Ordem para a redenção dos cativos. Para isto, então, dirigiu-se ao Papa Celestino III.

Nesse tempo, São Domingos de Gusmão estudava em Palência. Um dia, uma pobre mulher veio pedir-lhe uma esmola para ajudá-la a resgatar um dos seus irmãos que era escravo dos mouros. O santo, que nada tinha para dar, ofereceu-se ele mesmo. E como a mulher não quisesse vendê-lo, São Domingos lançou-se aos pés de um crucifixo implorando a Deus que viesse em socorro do cativo e dos outros escravos cristãos. Então, o Crucifixo respondeu-lhe em alta voz: ‘Meu filho, não é a ti que quero encarregar desta obra, mas a João, doutor em Paris. Eu reservo-te outro ministério, que exercerás entre os cristãos’.

Mais tarde São João e São Domingos encontraram-se em França, quando aí estabeleceram as suas ordens. São João partira de Roma. Em Focon, encontrou São Felix de Valois, que a ele se associou para a consagração dos seus desígnios.

No dia da Purificação da Virgem, 2 de Fevereiro de 1198, Inocêncio III em pessoa deu-lhes o hábito da nova ordem. Ao vesti-los, disse-lhes que as três cores que o compunham eram o símbolo da Santíssima Trindade. O branco representando o Pai; o azul, o Filho; e o vermelho, o Espírito Santo. E acrescentou as palavras: ‘Haec est ordo aprobata, non a sanctis fabricata, sed a Deus solo - Esta é uma Ordem aprovada, feita não por santos, mas exclusivamente por Deus’.

Os dois santos retiraram-se para França onde fundaram o mosteiro de Cerfroid e entregaram-se ao seu trabalho. As suas lutas foram inenarráveis, sendo acompanhadas de numerosos milagres. É conhecido aquele em que os mouros de Túnis retiraram as velas do navio que levaria São João a Roma. Este fez do seu manto uma vela; o barco foi conduzido em seis horas às costas da Itália.

Fundou ainda este santo numerosos conventos e pregou a Cruzada contra os albigenses.

Tendo Inocêncio III convocado um concílio em Latrão, o rei Filipe Augusto escolheu São João da Mata para seu teólogo. Mas Deus já o queria no Céu, pois o santo caiu doente, vindo a falecer a 17 de dezembro de 1213. Foi canonizado por Urbano IV em 1262.

Texto extraído de uma biografia de Darras, da 'Vida dos Santos'


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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Oração de abandono a Jesus

Dulcíssimo Jesus, eu queria amar-Vos de todo o coração. 
Tenho muita pena de Vos ter ofendido.

Para suprir as minhas faltas de amor, eu Vos ofereço o amor de S. Pedro, S. Paulo, S. João, Maria Madalena e de todos os Vossos Apóstolos e Santos.
Sobretudo, ofereço-Vos o amor de Maria Santíssima e de S. José.
Em nome de todos estes Santos peço-Vos, oh meu Jesus, o Vosso Divino Amor e a Vossa Poderosa Protecção em tudo.

Quereis entrar em todas as casas, pois querei entrar nesta minha pobre casa também e ficar comigo para sempre.
Recebo-Vos com aquele amor com que Vos recebeu Zaqueu, com a mesma alegria de Marta e Maria Madalena, com a mesma imensa ternura com que Vossa Mãe Maria Santíssima Vos recebia ao entrardes na casa de Nazaré.
Dai-me as mesmas graças que lhes destes a eles.

Concedei-me acima de tudo a graça duma feliz e santa morte.
Vinde pois, Amabilíssimo Jesus, ficai comigo, abençoai-me e protegei-me contra todos os males, perigos e tentações.

Sagrado Coração de Jesus, eu tenho confiança em Vós, confiança para tudo, confiança para sempre.



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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Bispo Strickland publicou uma carta em defesa do Rito Tradicional

A Missa Tradicional há muito tempo que é considerada o pináculo da reverência e uma expressão profunda da tradição sagrada da Igreja. Ao publicar a 'Traditionis Custodes', que limitou o acesso à Missa Tradicional, o Papa Francisco afastou aqueles fiéis que encontram um alimento espiritual mais profundo nesta forma de culto. 

E procurou diminuir o rico património litúrgico da Igreja que promove a reverência e a continuidade com as gerações passadas. 



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Os Evangelhos são os textos mais fiáveis da Antiguidade

Entre as obras antigas, por ex. a Eneida de Virgílio, escrita pelo poeta Virgílio no séc. I antes de Cristo, a cópia mais antiga que possuímos é do séc. IX, depois de Cristo, ou seja 900 anos depois de ter sido escrito o texto original. 

Dos textos de Platão, filósofo grego que viveu entre os séculos V e IV, antes de Cristo, possuímos apenas cópias medievais, dos séculos X e XI, depois de Cristo. Portanto, cerca de 1400 anos depois de ter sido escrito o texto original.

Dos Evangelhos existem mais de 50 códices dos séculos III, IV e V, leccionários do séc.VIII e uma grande colecção de códices medievais. No total são cerca de 5000 cópias.

Podemos concluir que as cópias que possuímos dos Evangelhos se encontram bastante perto dos textos originais. Isto tanto pela proximidade cronológica como pela quantidade de cópias que existem.



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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Cortesia e humildade

A cortesia não se destaca das outras virtudes; antes pelo contrário, é uma qualidade que se encontra em todas elas. Tem algo que ver com reverência, humildade e castidade. 

É moldada pela caridade, o molde de todas as virtudes, para a qualidade da misericórdia. É a beleza de uma vida de valor e generosa.

A cortesia é, acima de tudo, reverência para com o seu semelhante.

Num cavalheiro cristão, é o hábito tornado possível pela fé e pela caridade, um olhar que vê em todo o homem, grande ou pequeno, a brilhante imagem da Trindade, um irmão pelo qual morreu Cristo.

O indivíduo cortês tem uma atitude de “adoração” para com o seu semelhante: por pequenas atitudes de gentileza, ele realça a sua importância, a sua dignidade, como pessoa humana.

No rito do casamento - “eu te amo com o meu corpo” - rende-se cortesia à esposa no próprio acto da consumação do amor pelo matrimónio. O cavalheirismo e o decorrente respeito são a própria essência do amor do noivo.

A cortesia está intimamente ligada à humildade.

G. K. Chesterton in 'Laughter and Humility'


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terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Guerra Civil Espanhola: o que os Comunistas fizeram aos Católicos foi um Genocídio

Os massacres de sacerdotes católicos de 1936 a 1939 foram um plano estratégico para desmantelar a Igreja Católica, que eles viam como um inimigo a ser destruído, escreve o padre Jorge López Teulón (em Religion E Libertad). A decapitação da elite inimiga, por exemplo, foi uma das razões para o massacre de Katyn, perpetrado pelos Soviéticos em 1940.

A existência de uma estratégia para eliminar fisicamente um grupo social está em consonância com a definição do crime de genocídio no Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, cujo Artigo 6.º define como tal "os seguintes actos praticados com intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal", citando em particular o assassinato de membros do grupo.

Dos 292 sacerdotes assassinados da Arquidiocese de Toledo (48% do total do clero diocesano), apenas cerca de 20 estavam envolvidos no campo social e político. A maioria dos sacerdotes assassinados eram párocos da população rural.

Outro exemplo é o dos 51 mártires Claretianos de Barbastro, beatificados em 1992. Eram membros de um seminário que, em 20 de Julho de 1936, era composto por 9 sacerdotes, 39 seminaristas e 12 irmãos missionários. Um total de 60 membros. Cinquenta e um deles foram assassinados: os 9 formadores sacerdotais, 37 estudantes de teologia e 5 irmãos.

7 dos frades sobreviveram porque estavam fora de casa, e dois estudantes foram libertados por serem argentinos. A grande maioria eram jovens entre os 21 e os 25 anos.

Estes são os seus nomes e idades (no dia em que foram assassinados):

2 de Agosto de 1936

Padre Felipe de Jesus Munárriz Azcona (61 anos)
Padre Juan Díaz Nosti (56 anos)
Padre Leoncio Pérez Ramos (60 anos)

12 de Agosto de 1936

Padre Sebastián Calvo Martínez (33 anos)
Padre Pedro Cunill Padrós (33 anos)
Padre José Pavón Bueno (35 anos)
Padre Nicasio Sierra Ucar (45 anos)
Seminarista Wenceslao Claris Vilaregut (29 anos)
Irmão Gregorio Chirivás Lacambra (56 anos)

13 de Agosto de 1936

Padre Secundino Ortega García (24 anos)
Seminarista Javier L. Bandrés Jiménez (23 anos)
Seminarista José Brengaret Pujol (23 anos)
Seminarista Antolín Calvo y Calvo (23 anos)
Seminarista Tomás Capdevila Miró (22 anos)
Seminarista Esteban Casadevall Puig (23 anos)
Seminarista Eusebio Codina Millas (21 anos)
Seminarista Juan Codinachs Tuneu (23 anos)
Seminarista Antonio Dalmau Rosich (23 anos)
Seminarista Juan Echarri Vique (23 anos)
Seminarista Pedro García Bernal (25 anos)
Seminarista Hilario Llorente Martín (25 anos)
Seminarista Ramón Novich Rabionet (23 anos)
Seminarista José Mª Ormo Seró (22 anos)
Seminarista Salvador Pigem Serra (23 anos)
Seminarista Teodoro Ruiz de Larrinaga García (23 anos)
Seminarista Juan Sánchez Munárriz (23 anos)
Seminarista Manuel Torras Sais (21 anos)
Irmão Manuel Buil Lalueza (21 anos)
Irmão Alfonso Miquel Garriga (22 anos)

15 de Agosto de 1936

Seminarista José Amorós Hernández (23 anos)
Seminarista José Mª Badía Mateu (23 anos)
Seminarista Juan Baixeras Berenguer (22 anos)
Seminarista José Blasco Juan (24 anos)
Seminarista Rafael Briega Morales (23 anos)
Irmão Francisco Castán Meseguer (25 anos)
Seminarista Luis Escalé Binefa (23 anos)
Seminarista José Figuero Beltrán (25 anos)
Seminarista Ramón Illa Salvía (22 anos)
Seminarista Luis Lladó Teixidor (24 anos)
Irmão Flaviano Manuel Martínez Jarauta (23 anos)
Seminarista Luis Masferrer Vila (24 anos)
Seminarista Miguel Masip González (23 anos)
Seminarista Faustino Pérez García (25 anos)
Seminarista Sebastián Riera Coromina (22 anos)
Seminarista Eduardo Ripoll Diego (24 anos)
Seminarista José Ros Florensa (21 anos)
Seminarista Francisco Roura Farró (23 anos)
Seminarista Alfonso Sorribes Teixidor (23 anos)
Seminarista Agustín Viela Ezcurdia (22 anos)

18 de Agosto de 1936

Seminarista José Falgarona Vilanova (24 anos)
Seminarista Atanasio Viadaurreta Labra (25 anos)

Desde 1931, os sacerdotes e religiosos na "Segunda República Espanhola" estavam incertos quanto ao seu futuro. A hostilidade e o assédio eram constantes. Os Claretianos de Barbastro estavam muito conscientes de que poderiam tornar-se mártires, e prepararam-se para o martírio.

in gloria.tv


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Santo André Corsini, Bispo e Confessor

Santo André nasceu no século XIV, no seio de uma família muito conhecida em Florença: a família Corsini. Nasceu no ano de 1302. Os seus pais, Nicolau e Peregrina, não podiam ter filhos, mas não desistiam, rezavam constantemente por essa intenção, até que receberam essa graça e tiveram um filho, a quem chamaram André.

Os pais fizeram de tudo para o formar bem. Com apenas 15 anos dava tanto trabalho e decepções aos seus pais que a sua mãe chegou a desabafar: “Filho, és de facto aquele lobo que apareceu no meu sonho”. André ficou assustado, não imaginava o quanto os caminhos errados e a vida de pecado que levava, ainda tão novo, decepcionava e feria a sua mãe. Mas a mãe contou-lhe o resto do sonho: “Este lobo entrava numa igreja e transformou-se em cordeiro”.  

André guardou aquilo no coração e, sem a mãe saber, no dia seguinte, entrou numa igreja. Aos pés de uma imagem de Nossa Senhora rezou, rezou, e a graça aconteceu. Ele voltou aos seus valores, começou um caminho de conversão e comunicou ao provincial carmelita que queria entrar para a vida religiosa. Não se sabe, ao certo, se foi imediatamente ou se fez um caminho vocacional, mas entrou para a vida religiosa na obediência às regras, na vida de oração e penitência. Ele foi crescendo nessa liberdade, que é dom de Deus para o ser humano.

Santo André pôs-se ao serviço dos doentes, dos pobres, nos trabalhos tão simples como os da cozinha. Também saía a mendigar para as necessidades da sua comunidade. Passou por muitas humilhações, mas sempre por amor a Cristo.

Foi ordenando sacerdote padre e continuou dando testemunho de Cristo até que foi escolhido para Bispo de Fiesole (cerca de Florença). De início não aceitou e fugiu para a Cartuxa de Florença, ficando lá escondido; ao ponto de as pessoas não saberem onde ele estava e ter sido escolhido um outro para Bispo, por necessidade. 

Mas um Anjo, com feições de criança, apareceu no meio do povo indicando onde estava o santo escondido. Apareceu também uma criança a André que lhe disse que não devia temer, porque Deus estava com ele, e a Virgem Maria estaria presente em todos os momentos.  

Foi com essa confiança no amor de Deus que ele assumiu o episcopado, e foi um santo Bispo. Até que, no dia de Natal em 1373, Nossa Senhora lhe apareceu avisando-o que o seu falecimento estava próximo. No dia da Epifania do Senhor chegou para ao Céu.

Santo André Corsini, rogai por nós!

in Pale Ideas


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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Faça chuva ou faça sol: confissão!





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São Brás: Hoje é dia da Bênção da Garganta

São Brás nasceu em Sebaste, cidade da Arménia, no fim do século III. Era médico, mas abandonou tudo para se dedicar inteiramente ao serviço de Deus, numa vida solitária e penitente.

Segundo a tradição, vivia na gruta do Monte Argeu, rodeado de animais selvagens, mas obedientes às suas ordens. E a ele recorriam numerosas pessoas, buscando alento para as suas aflições. Foi aclamado pelo povo como bispo de Sebaste e sofreu o martírio durante a perseguição de Licínio, em 323, pelas mãos de Agrícola, governador da Capadócia.

Um dia recorreu a ele uma mãe pedindo-lhe que auxiliasse o seu filho que estava a morrer sufocado por causa de uma espinha de peixe que se havia atravessado na sua garganta. O santo curou-o fazendo o sinal da cruz. Estando São Brás mais tarde preso, a mesma mulher trouxe-lhe alimentos e velas. Daí vem à tradição de se aplicar duas velas, enquanto se invoca o santo, aos que sofrem da garganta.

Oração a São Brás

Ó glorioso São Brás, que restituístes com uma breve oração a perfeita saúde a um menino que, por uma espinha de peixe atravessada na garganta, estava prestes a expirar, obtende para nós todos a graça de experimentarmos a eficácia do vosso patrocínio em todos os males da garganta. Conservai a nossa garganta sã e perfeita para que possamos falar correctamente e assim proclamar e cantar os louvores de Deus. Ámen

Bênção de São Brás

Por intercessão de São Brás, Bispo e Mártir, livre-te Deus do mal da garganta e de qualquer outra doença. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ámen.


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domingo, 2 de fevereiro de 2025

Família de D. Athanasius ficou chocada ao ouvir falar de comunhão na mão

Quando, em 1973, a minha família deixou a União Soviética e nós dissemos adeus ao Pe. Janis Pawlowski, ele deu-nos esta advertência: "Quando forem para a Alemanha, por favor não vão às igrejas onde a Sagrada Comunhão é dada na mão." Quando ouvimos estas palavras, todos nós tivemos um choque profundo. Não poderiamos imaginar que este Sacramento Divino e Santíssimo poderia ser recebido de uma forma tão banal. 

Hoje em dia, uma parte considerável dos que recebem a Santa Comunhão habitualmente na mão, especialmente a geração mais jovem que não conheceu a maneira de receber a Comunhão ajoelhado e na língua, já não tem a fé católica plena na real Presença, porque tratam a Hóstia consagrada quase da mesma forma exterior como tomam alimentação normal. O gesto exterior minimalista tem uma ligação causal com o enfraquecimento, ou mesmo a perda, da fé na Presença Real de Jesus Cristo na Hóstia consagrada.

D. Athanasius Schneider em entrevista a 'Adelante la Fe'


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sábado, 1 de fevereiro de 2025

Um Santo muito ignorado, mesmo desdenhado por Católicos

S. Junípero, um dos primeiros companheiros de S. Francisco de Assis, cuja liturgia é (ou devia ser) celebrada a 29 de Janeiro, é um Santo, na prática, ignorado nas pregações, nas homilias, nas meditações, nos textos franciscanos inclusive. Parece que todos se envergonham dele, tendo-o por um pateta alegre, que melhor estaria internado numa casa de saúde mental.

Infelizmente, assim se perdem motivos de muita alegria e ensinamentos, que bem e correctamente meditados, muito enriqueceriam não só os Cristãos mas a todas as pessoas de Boa-vontade.

Naquele tempo, um Senhor feudal teve notícia de um assassino, que não só queria matá-lo, mas também incendiar o seu castelo. Ora sucedeu que andando Frei Junípero coberto de farrapos, com uma sovela, pelos campos pertencentes ao dito Senhor foi interpelado por um grupo de soldados que lhe perguntaram quem era, ao que vinha - se era traidor, se queria matar o Castelão. Frei Junípero retorquiu que era um grande pecador, um traidor e que se Deus permitisse era capaz de fazer todas essas e muito piores. Concluindo que era culpado lançaram-no ao calabouço, condenaram-no, torturaram-no e condenaram-no à forca. 

Felizmente, alguém preocupado com a salvação da alma daquele condenado à morte dirigiu-se ao convento franciscano daquelas partes pedindo ao Guardião que fosse confessar aquela alma. Quando este deparou com o condenado verificou imediatamente que era S. Frei Junípero, pelo que o deu a conhecer imediatamente aos guardas e em seguida ao tirano. Conhecendo todos a fama de Santidade de Frei Junípero, logo se arrependeram e o libertaram.

Creio que é indiscutível reconhecer que S. Junípero é protótipo do anti-fariseu, daquele que se gabava diante de Deus desprezando o publicano.

Há muitos anos - não obstante as críticas severas e implacáveis que faço às ideologias da morte, de género e de mais outras coisas abomináveis -, que tenho a consciência perfeita de que se não fosse a Graça de Deus era capaz de alinhar em todas essas coisas execrandas e em outras muito piores. Muitos daqueles com quem tenho combatido ao longo destes anos poderão testemunhar isso mesmo.

S. Junípero, rogai por nós.

Padre Nuno Serras Pereira


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Os 7 Domingos em honra de São José

Os 7 Domingos em honra de São José são uma tradição do séc. XVI que consiste numa especial devoção ao Patrono da Igreja, nos 7 Domingos que antecedem a sua Festa (dia 19 de Março). O primeiro desses Domingos é amanhã, dia 2 de Fevereiro. O último será no Domingo dia 16 de Março.

Oração:

Pois sois santo sem igual e de Deus o mais honrado:

Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
Antes que tivésseis nascido, já fostes santificado, e ao eterno destinado para ser favorecido: nascestes de linhagem e sangue real.

Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
Vossa vida foi tão pura que, depois de Maria, o mundo não viu mais santa criatura; e assim foi a vossa ventura entre todos sem igual.

Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
Vossa santidade declara aquele caso soberano, quando em vossa santa mão floresceu a seca vara; e para que ninguém duvidasse, fez o Céu esse sinal.

Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
À vista desse milagre, todos vos respeitavam e felicitavam com alegria e contentamento pelo casamento com a Rainha Celestial.

Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
Com júbilo recebestes a Maria por esposa, Virgem pura, santa, com a qual feliz vivestes, e por Ela conseguistes dons e luz celestial.

Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
Ofício de carpinteiro exercitastes em vida, para ganhar a comida a Jesus, Deus verdadeiro, e para a vossa Esposa, luzeiro, companheira virginal.

Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
A vós e Deus deram-se mutuamente com terno amor: Vós lhe destes o suor, e Ele vos deu a vida imortal.

Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.
Vós fostes a concha fina onde se conservou inteira a pureza daquela Pérola Divina, vossa Esposa e Mãe digna, a qual nos tirou do mal.

Sede, José, nosso advogado nesta vida mortal.

Primeiro Domingo

A dor: Quando estava disposto a repudiar a sua Imaculada esposa.
A alegria: Quando o Arcanjo lhe revelou o sublime mistério da encarnação.

Oh! castíssimo esposo de Maria, glorioso São José, que aflição e angustia a do vosso Coração na perplexidade em que estáveis sem saber se devíeis abandonar ou não a vossa esposa sem mancha! mas qual não foi também a vossa alegria quando o Anjo vos revelou o grande mistério da Encarnação!

Por essa dor e esta alegria vos pedimos consoleis o nosso Coração agora e nas nossas últimas dores, com a alegria de uma vida justa e de uma santa morte semelhante à vossa, assistidos por Jesus e de Maria.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória

Segundo Domingo

A dor: Ao ver nascer o menino Jesus na pobreza.
A alegria: Ao escutar a harmonia do coro dos Anjos e observar a glória dessa noite.

Oh! Bem-aventurado patriarca, glorioso São José, escolhido para ser pai adoptivo do Filho de Deus feito homem: a dor que sentistes vendo nascer o menino Jesus em tão grande pobreza transformou-se, por certo, em alegria celestial ao ouvir o harmonioso concerto dos Anjos e ao contemplar as maravilhas daquela noite tão resplandecente.

Por essa dor e esta alegria alcançai-nos que depois do caminho desta vida possamos ir escutar as adorações dos Anjos e a gozar dos resplandores da glória celestial.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória

Terceiro Domingo

A dor: Quando o sangue do menino Salvador foi derramado na sua circuncisão.
A alegria: Ao ouvir o nome de Jesus.

Oh! executor obedientíssimo das leis divinas, glorioso São José: o sangue preciosíssimo que o Redentor menino derramou na sua circuncisão trespassou-vos o coração; mas o nome de Jesus que então lhe deram, confortou-vos e encheu-vos de alegria.

Por essa dor e esta alegria alcançai-nos viver separados de todo pecado, a fim de expirar alegres, com o santíssimo nome de Jesus no Coração e nos lábios.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória

Quarto Domingo

A dor: A profecia de Simão, ao predizer os sofrimentos de Jesus e Maria.
A alegria: A profecia da salvação e gloriosa ressurreição de inumeráveis almas.

Oh! Santo fidelíssimo, que tivestes parte nos mistérios de nossa redenção, glorioso São José; ainda que a profecia de Simão acerca dos sofrimentos que deveriam passar Jesus e Maria vos tenha causado dor mortal; sem dúvida encheu-vos também de alegria, anunciando, ao mesmo tempo, a salvação e ressurreição gloriosa que dali se seguiria para um grande número de almas.

Por essa dor e por esta alegria consegui-nos de sermos do número dos que, pelos méritos de Jesus e a intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, haverão de ressuscitar gloriosamente.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória

Quinto Domingo

A dor: No seu trabalho de educar e servir ao Filho do Altíssimo, especialmente na viagem para o Egipto.
A alegria: Ao ter sempre com ele a Deus verdadeiro, e vendo a queda dos ídolos do Egipto.

Oh! custódio vigilante, familiar íntimo do Filho de Deus feito homem, glorioso São José, quanto sofrestes tendo que alimentar e servir o Filho do Altíssimo, particularmente na vossa fuga ao Egipto, mas quão grande foi também a vossa alegria tendo sempre convosco o mesmo Deus e vendo derrubados os ídolos do Egipto.

Por essa dor e esta alegria, alcançai-nos afastar para sempre de nós o tirano infernal, sobretudo fugindo das ocasiões perigosas, e derrubar do nosso coração todos os ídolos de afecto terreno, para que, ocupados em servir a Jesus e Maria, vivamos tão somente para eles e morramos alegres no seu amor.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória

Sexto Domingo

A dor: Ao regressar a sua Nazaré por medo a Arquelau.
A alegria: Ao regressar com Jesus do Egipto a Nazaré e a confiança estabelecida pelo Anjo.

Oh! anjo da terra, glorioso São José, que pudestes admirar ao Rei dos céus, submetido aos vossos mais mínimos mandatos; ainda que a alegria ao trazer-lhe do Egipto se mudou por temor a Arquelau, sem dúvida, tranquilizado logo pelo Anjo, vivestes feliz em Nazaré com Jesus e Maria.

Por essa dor e esta alegria, alcançai-nos a graça de desterrar de nosso Coração todo o temor nocivo, possuir a paz de consciência, viver seguros com Jesus e Maria e morrer também assistidos por Eles.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória

Sétimo Domingo

A dor: Quando sem culpa perde Jesus e o procura com angustia durante três dias.
A alegria: Ao encontra-lo em meio aos doutores no Templo.

Oh! modelo de toda santidade, glorioso São José, que havendo perdido sem culpa vossa o menino Jesus, o buscastes durante três dias com profunda dor, até que, cheio de alegria, o achastes no templo, em meio dos doutores.

Por essa dor e esta alegria, vos suplicamos com palavras saídas do coração, intercedais em nosso favor para que jamais nos suceda perder a Jesus por algum pecado grave.

Mas, se, por desgraça, O perdermos, fazei com que O procuremos com tal dor que não achemos sossego até encontrá-l'O benigno, sobretudo na nossa morte, a fim de irmos para o Céu cantar eternamente convosco as Suas divinas misericórdias.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória


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sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

9 propósitos assumidos por D. Bosco antes da ordenação sacerdotal

Por vezes olhamos para as vidas dos grandes santos e pensamos como é possível que tenham sido assim tão santos. Aqui vemos o "segredo":

1. Nunca fazer passeios, a não ser por grave necessidade, visitas aos doentes etc.

2. Ocupar rigorosamente bem o tempo.

3. Sofrer, fazer humilhar-se em tudo e sempre, quando se trata de salvar as almas.

4. A caridade e a doçura de São Francisco de Sales me guiem em tudo.

5. Mostrar-me-ei sempre contente com o alimento que for servido, desde que não seja algo nocivo à saúde.

6. Beberei vinho com água, e somente como remédio; isto é, somente quando e quanto for exigido pela saúde.

7. O trabalho é uma arma poderosa contra os inimigos da alma; por isso não darei ao corpo mais que cinco horas de sono a cada noite. Ao longo do dia, especialmente após o almoço, não farei nenhum repouso. Farei algumas excepções em caso de doença.

8. Todos os dias darei algum tempo à meditação e à leitura espiritual. No decorrer do dia, farei breve visita ou, pelo menos, uma oração ao Ssmo. Sacramento. Farei pelo menos um quarto de hora de preparação, e outro tanto de acção de graças na Santa Missa.

9. Jamais terei conversas com mulheres, fora do caso de ouvi-las em confissão ou de algum outro caso de necessidade espiritual.

Giovani Battista Lemoyne in 'Vida de São João Bosco' (Vol. I)


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quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Cardeal chama a Polícia porque os fiéis rezam o Terço

Um grupo de católicos reuniu-se pacificamente em frente à casa do Cardeal Carlos Castillo, o Arcebispo de Lima, para rezar o terço em reparação ao Imaculado Coração de Maria, na sequência da controvérsia causada pela peça blasfema 'María Maricón'. 'Maricón' significa 'maricas' em espanhol.

A peça blasfema, menosprezada e defendida por Carlos Castillo, um devoto da Pachamama, estava para ser apresentada na Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP). Devido à postura cobarde de Castillo, cerca de vinte católicos reuniram-se às portas da casa do Cardeal para rezar o terço por ele e como acto de reparação.

O Prelado respondeu à oração solicitando a intervenção policial (sic) para impedir o acto pacífico de oração. A resposta de Carlos Castillo alimentou o debate sobre a relação entre a Igreja [sinodal] e os fiéis em questões de liberdade de expressão e respeito pelos símbolos religiosos.

in gloria.tv


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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

A paciência é uma virtude - São Francisco de Sales

A paciência, diz o Apóstolo, vos é necessária para que, fazendo a vontade de Deus, alcanceis o que Ele vos tem prometido. Sim, nos diz Jesus Cristo, possuireis vossas almas pela paciência.

O maior bem do homem consiste, Filoteia, em possuir o seu coração e tanto mais o possuímos quanto mais perfeita é nossa paciência; cumpre, portanto, aperfeiçoarmos nesta virtude. Lembra-te também que, tendo Nosso Senhor nos alcançado todas as graças da salvação pela paciência de Sua vida e de Sua morte, nós também no-las devemos aplicar por uma paciência constante e inalterável nas aflições, nas misérias e nas contradições da vida.

Não limites a tua paciência a alguns sofrimentos, mas estende-a universalmente a tudo o que Deus te mandar ou permitir que venha sobre ti. Muitas pessoas há que de boa mente querem suportar os sofrimentos que têm um certo cunho de honroso: ter sido ferido numa batalha, ter sido prisioneiro ao cumprir seu dever, ser maltratado pela religião, perder todos os seus bens numa contenda de honra, da qual saíram vencedores, tudo isso lhes é suave; mas é a glória e não o sofrimento o que amam.

O homem verdadeiramente paciente tolera com a mesma igualdade de espírito os sofrimentos ignominiosos como os que trazem honra. O desprezo, a censura e a deseducação dum homem vicioso e libertino é um prazer para uma alma grande; mas sofrer esses maus tratos de gente de bem, de seus amigos e parentes, é uma paciência heróica. Por isso aprecio e admiro mais o Cardeal São Carlos Borromeu, por ter sofrido em silêncio, com brandura e por muito tempo, as invectivas públicas que célebre pregador duma ordem reformada fazia contra ele do púlpito, do que ter suportado abertamente os insultos de muitos libertinos; pois, como as ferroadas das abelhas doem muito mais que as das moscas, assim as contradições procedentes de gente de bem magoam muito mais do que as que provêm de homens viciosos. Acontece, no entanto, muitas vezes que dois homens de bem, ambos bem intencionados, pela diversidade de opiniões, se afligem mutuamente não pouco.

Tem paciência não só com o mal que sofres, mas também com as suas circunstâncias e consequências. Muitos se enganam neste ponto e parecem desejar aflições, recusando, entretanto, sofrer suas incomodidades inseparáveis. Não me afligiria, diz alguém, de ficar pobre, contanto que a pobreza não me impedisse de ajudar a meus amigos, de educar meus filhos, e de levar vida honrosa. E eu, declarava um outro, pouco me inquietaria disso, se o mundo não atribuísse esta desgraça à minha imprudência. E eu, dizia ainda um terceiro, nada me importaria esta calúnia, contanto que não achasse crédito em outras pessoas. Muitos há que estão prontos a sofrer uma parte das incomodidades conjuntas aos seus males, mas não todas, dizendo que não se impacientam de estar doentes, mas do trabalho que causam aos outros e da falta de dinheiro para se tratar.

Digo, pois, Filoteia, que a paciência nos obriga a querer estar doentes, como Deus quiser, da enfermidade que Ele quiser, no lugar onde Ele quiser, com as pessoas e com todos os incómodos que Ele quiser; e eis aí a regra geral da paciência! Se caíres numa enfermidade, emprega todos os remédios que Deus te concede; pois esperar alívio sem empregar os meios seria tentar a Deus; mas, feito isso, resigna-te a tudo e, se os remédios fazem bem, agradece a Deus com humildade e, se a doença resiste aos remédios, bendize-o com paciência.

Sou do parecer de S. Gregório, que diz: Se te acusarem de uma falta verdadeira, humilha-te e confessa que mereces muito mais que esta confusão. Se a acusação é falsa, justifica-te com toda a calma, porque o exigem o amor à verdade e a edificação do próximo. Mas, se tua escusa não for aceita, não te perturbes, nem te esforces debalde para provar a tua inocência, porque, além dos deveres da verdade, deves cumprir também os da humildade. Assim, não negligenciarás a tua reputação e não faltarás ao afecto que deves ter à mansidão e humildade do coração.

Queixa-te o menos possível do mal que te fizeram; pois queixar-se sem pecar é uma coisa raríssima; nosso amor-próprio sempre exagera aos nossos olhos e ao nosso coração as injúrias que recebemos. Se houver necessidade de te queixares ou para abrandar o teu espírito ou para pedir conselhos, não o faças a pessoas fáceis de exaltar-se e de pensar e falar mal dos outros. Mas queixa-te a pessoas comedidas e tementes a Deus, porque, ao contrário, longe de tranquilizar a tua alma, a perturbarias ainda mais e, em lugar de arrancares o espinho do coração, o cravarias ainda mais fundo.

Muitos numa doença ou numa outra tribulação qualquer guardam-se de se queixar e mostrar a sua pouca virtude, sabendo bem (e isto é verdade) que seria fraqueza e falta de generosidade; mas procuram que outros se compadeçam deles, se queixem de seus sofrimentos e ainda por cima os louvem por sua paciência. Na verdade temos aqui um ato de paciência, mas certamente duma paciência falsa, que na realidade não passa dum orgulho muito subtil e duma vaidade refinada.

Sim, diz o Apóstolo, tem de que gloriar-se, mas não diante de Deus. Os cristãos verdadeiramente pacientes não se queixam de seus sofrimentos nem desejam que os outros os lamentem; se falam neles é com muita simplicidade e ingenuidade, sem os fazer maiores do que são; se outros os lamentam, ouvem-nos com paciência, a não ser que tenham em vista um sofrimento que não existe, porque, então, lhes declaram modestamente a verdade; conservam assim a tranquilidade da alma entre a verdade e a paciência, manifestando ingenuamente os seus sofrimentos, sem se queixarem.

Nas contrariedades que te sobrevierem no caminho da devoção (pois que delas não hás de ter falta), lembra-te que nada de grande podemos conseguir neste mundo sem primeiro passarmos por muitas dificuldades, mas que, uma vez superadas, bem depressa nos esquecemos de tudo, pelo íntimo gozo que então temos de ver realizadas as nossas aspirações. Pois bem, Filoteia, queres absolutamente trabalhar para formar a Jesus Cristo, como diz o Apóstolo, em teu coração, como em tuas obras, pelo amor sincero de Sua doutrina e pela imitação perfeita de Sua vida. Há de custar-te algumas dores, sem dúvida; mas hão de passar e Jesus Cristo, que viverá em ti, há de encher tua alma duma alegria inefável, que ninguém te poderá furtar.

Se caíres numa doença, oferece as tuas dores, a tua prostração e todos os teus sofrimentos a Jesus Cristo, suplicando-Lhe de os aceitar em união com os merecimentos de Sua paixão. Lembra-te do fel que Ele bebeu por teu amor e obedece ao médico, tomando os remédios e fazendo tudo o que determinar por amor de Deus. Deseja a saúde para O servir, mas não recuses ficar muito tempo doente para obedecer-Lhe e mesmo dispõe-te a morrer, se for a Sua vontade, para ir gozar eternamente de Sua gloriosa presença.

Lembra-te, Filoteia, que as abelhas, enquanto fazem o mel, vivem dum alimento muito amargo e que nunca nós outros poderemos encher mais facilmente o coração desta santa suavidade, que é fruto da paciência, do que comendo com paciência o pão amargo das tribulações que Deus nos envia; e quanto mais humilhantes forem, tanto mais preciosa e agradável se tornará a virtude ao nosso coração.

Pensa muitas vezes em Jesus crucificado; considera-O coberto de feridas, saturado de opróbrios e dores, penetrado de tristeza até ao fundo de Sua alma, num desamparo e abandono completo, carregado de calúnias e maldições; verás então que tuas dores não se podem comparar às Suas, nem em quantidade, nem em qualidade, e que jamais sofrerás por Ele alguma coisa de semelhante ao que Ele sofreu por ti.

Compara-te aos mártires, ou, sem ires tão longe, às pessoas que sofrem actualmente mais do que tu e exclama, louvando a Deus: Ah! meus espinhos me parecem rosas e minhas dores, consolações, se me comparo àqueles que vivem sem socorros, sem assistência e sem alívio, numa morte contínua, opressos de dores e de tristezas.

São Francisco de Sales in Introdução à Vida Devota (Filoteia)


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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

São Pedro Nolasco e os Mercedários

Hoje é dia de São Pedro Nolasco. Nascido em Mas-des-Saintes-Puelles, perto de Castelnaudary, França, em 1189 (ou 1182); morreu em Barcelona, ​​no dia de Natal, 1256 (ou 1259). Era de uma família nobre e desde a juventude se destacou pela sua piedade, esmola e caridade. Depois de dar todos os seus bens aos pobres, fez um voto de virgindade e, para evitar o convívio com os albigenses, foi para Barcelona.

Naquela época, os mouros dominavam grande parte da Península Ibérica, e muitos cristãos foram feitos prisioneiros e cruelmente perseguidos por causa da Fé. Pedro resgatou muitos deles e, ao fazê-lo, gastos todo o seu património. 

Após uma deliberação profunda, movido também por uma visão celestial, decidiu fundar uma ordem religiosa (em 1218), semelhante à estabelecida alguns anos antes por São João da Mata e São Félix de Valois, cujo principal objectivo era a libertação de escravos cristãos. 

Nisso foi encorajado por São Raimundo de Peñaforte e Jaime I, Rei de Aragão, que foram favorecidos com a mesma inspiração. O instituto foi chamado Ordem de Nossa Senhora das Mercês para a Redenção dos Cativos e os seus membros ficaram conhecidos por mercedários. A ordem foi solenemente aprovada pelo Papa Gregório IX, em 1230.

Os seus membros foram obrigados por um voto especial a empregar todas as suas forças para a libertação de cristãos cativos e, se necessário, permanecer em cativeiro em seu lugar. A princípio, a maioria desses religiosos era leiga, assim como o próprio Pedro. Mas o Papa Clemente V decretou que o mestre geral da ordem deveria ser sempre um sacerdote.

in traditionalcatholic.net


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segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Dedicado aos milhões de bebés abortados todos os anos em sociedades hipócritas




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Perdão

Cristo pede-nos duas coisas: que condenemos os nossos pecados e perdoemos os dos outros, e que façamos a primeira coisa por causa da segunda, que será então mais fácil, pois aquele que pensa nos seus pecados será menos severo para com o seu companheiro de miséria. E perdoar não apenas por palavras mas «do fundo do coração», para que não se vire contra nós o ferro com que cremos trespassar os outros. 

Que mal te pode fazer o teu inimigo, que se possa comparar com aquele que fazes a ti próprio? Se te deixas levar pela indignação e pela cólera, serás ferido, não pela injúria que ele te fez, mas pelo ressentimento com que ficas.

Não digas: «Ele ultrajou-me, ele caluniou-me, ele causou-me inúmeros males.» Quanto mais disseres que ele te fez mal, mais demonstras que ele te fez bem, pois deu-te oportunidade de te purificares dos teus pecados. 

Deste modo, quando mais ele te ofende, mais hipóteses te dá de obteres de Deus o perdão dos teus pecados. Porque, se quisermos, ninguém poderá prejudicar-nos; até os nossos inimigos nos prestam um grande serviço. Reflecte portanto nas vantagens que obténs de uma injúria suportada com humildade e doçura.

São João Crisóstomo in 'Homilia sobre São Mateus, nº61'


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