domingo, 26 de janeiro de 2025

Cardeal holandês: “Não cometam o nosso erro! O Zeitgeist esvazia as igrejas, as liturgias dignas enchem-nas”

Quando o Cardeal Willem Jacobus Eijk, 71 anos, de Utrecht, nos Países Baixos, cresceu nos arredores de Amesterdão, nos anos 50 e 60, quase toda a gente ia à igreja ao Domingo - muitos sem pensar e por razões sociológicas. O Cardeal, em entrevista à revista Communio), disse que, nesse tempo, havia famílias católicas numerosas: “Na nossa rua, havia uma família com dezassete filhos”.

Mas: “Depois de 1965, as coisas mudaram rapidamente. Entre 1965 e 1975, o número de pessoas que iam à Missa diminuiu para metade”. O Cardeal Eijk atribui o facto à “prosperidade crescente”.

“A prosperidade leva à individualização, e a individualização leva à secularização”. Os indivíduos colocam-se a si próprios em primeiro lugar e seguem uma religião feita por eles próprios.

Em 2012, ainda havia 250 mil fiéis nos Países Baixos, mas depois da histeria do coronavírus, este número caiu para menos de 90 mil. Actualmente, são cerca de 100 mil, ou seja, 2,5% dos católicos registados.

A Igreja holandesa já não está polarizada em questões emocionais como a sexualidade ou a homossexualidade: “Está muito marginalizada, é uma pequena minoria. O que ela diz ou acredita já não desperta tantos sentimentos nas pessoas. Outros países estão agora a viver o que os Países Baixos já viveram."

Isto prova o truísmo de que a adaptação ao zeitgeist não traz as pessoas para as igrejas: “Se criarmos confusão, afastamos as pessoas da Igreja. Dessa forma, não se consegue trazer ninguém de volta”.

E: “Eu diria aos bispos dos outros países: não cometam este erro, não cometam o nosso erro. Nas paróquias onde a fé é bem proclamada e a liturgia é celebrada com dignidade, as igrejas estão cheias. Trata-se de colocar Cristo no centro”.

Para o Cardeal, as semelhanças entre o Sínodo Pastoral holandês (1966-1970) e o caminho sinodal alemão são evidentes. No início houve entusiasmo, mas depois a discussão foi-se esbatendo e ficaram expectativas exageradas.

“Nos Países Baixos, tivemos experiências muito más nos últimos 50 anos com a criação de ambiguidade e confusão. As pessoas tinham a impressão de que a própria Igreja não sabia realmente”.

O Cardeal Eijk define a secularização da seguinte forma: “A pessoa humana já não está no centro, e o Estado está cada vez mais a tomar decisões sobre os direitos fundamentais”.

Refere-se ao aborto e à eutanásia: “O número de casos de eutanásia está a aumentar rapidamente, passando de 1 500 em 1991 para possivelmente 10 000 este ano. Cerca de 40 por cento dos casamentos acabam em divórcio, muitas vezes com grandes custos emocionais para os cônjuges e para os filhos”.

Outros exemplos incluem a investigação sobre embriões, a educação sexual nas escolas primárias e a negação do género nos passaportes: “Estas mudanças são frequentemente motivadas por uma forte pressão internacional, por exemplo da ONU e da Organização Mundial de Saúde”.

O Cardeal Eijk está convencido de que “a experiência social de construir uma ordem ética sem Deus acabará na falência”.

Ele vê [apesar da unificação global do pensamento, da alimentação, do vestuário, do entretenimento, da educação, dos cuidados de saúde...] um “individualismo” crescente que conduz à solidão. Muitos jovens sentem-se desorientados e têm problemas psicológicos.

in gloria.tv


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1 comentário:

Anónimo disse...

Deus deixou de ser a maior PRIORIDADE, na vida das pessoas.
Sendo assim, depressa os seus corações se secularizaram e, como consequência, todos os Valores, que, até aí, os preenchiam.
Logo, pouco a pouco, o mundo parece ter perdido o rumo, porque deixou de tê-Lo como Única e Principal Referência ...provocando o Seu afastamento, tal como a Sua Palavra nos ensina: " Deus não convive com o Mal e, por isso, ficareis entregues a vós mesmos e sujeitos aos vossos inimigos..."
E não é Nossa Senhora que nos diz, em Fátima, que o pior castigo, que Deus pode infligir ao mundo, é afastar- Se, não o abençoando?
Quem é o Senhor da Messe, que a faz crescer e prosperar?
Acredito, que somente estamos a colher o que semeamos...até Deus vir em socorro do pequenino rebanho, que, mesmo aos trambolhões, ainda tenta ser- Lhe fiel!