Sabeis o que dizemos a Deus na oração, antes de comungarmos: «Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.» Preparai-vos interiormente para perdoar, porque estas palavras estão na oração. Como as ides dizer? Talvez não as digais?
Enfim, a minha pergunta é esta: Direis ou não estas palavras? Odeias o teu irmão, e dizes: «Perdoai-nos como nós perdoamos.» Evito estas palavras, responderás. Mas então, será que rezas? Estai atentos, meus irmãos. Daqui a nada, ireis rogar; pois perdoai de todo o coração!
Enfim, a minha pergunta é esta: Direis ou não estas palavras? Odeias o teu irmão, e dizes: «Perdoai-nos como nós perdoamos.» Evito estas palavras, responderás. Mas então, será que rezas? Estai atentos, meus irmãos. Daqui a nada, ireis rogar; pois perdoai de todo o coração!
Desejas pôr um processo ao teu inimigo? Fá-lo primeiro no teu coração. Diz a esse coração: «Pára de odiar»
Mas, nesse caso, como não queres perdoar, a tua alma entristece-se quando lhe dizes: «Pára de odiar». Então, respondes-lhe: «Porque estás triste, minha alma, e te perturbas? Confia em Deus» (Sl 41, 6). Estás pouco à vontade, suspiras, o teu mal fere-te, não consegues livrar-te do ódio.
Confia em Deus, Ele é o médico. Por ti, foi suspenso na cruz, sem desejar vingança. E tu procuras vingança, pois tal é o sentido do teu rancor. Olha o teu Deus na cruz: é por ti que sofre, para que o Seu sangue se torne remédio. Queres vingar-te? Olha Cristo suspenso, ouve-O rezar: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34).
São César de Arles in Eophata II
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