segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Missa Tradicional no Rio de Janeiro

Todos os Domingos, às 9h da manhã, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, na cidade do Rio de Janeiro, celebra-se a Santa Missa Prelatícia na Forma Extraordinária do Rito Romano. 

Mas, o que é a Forma Extraordinária do Rito Romano? Tem aprovação do Papa? É de difícil compreensão e participação? Para responder a essa questão conversámos com o Pe. José Edilson de Lima, sacerdote da Administração Apostólica S. João Maria Vianney e Juiz auditor do Tribunal arquidiocesano do Rio de Janeiro

Qual é a diferença entra a Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano e na Forma Ordinária? Desde quando existe?

Pe. José:  A Missa na Forma Extraordinária é fruto de uma antiga tradição recolhida por São Gregório Magno (596-604) para uso em Roma, que fixou o cânon romano. Por ser a Liturgia da Igreja de Roma, generalizou-se em todo o Ocidente entre os anos 700 a 1500. Com Carlos Magno passa a ser usada no Império dos Francos e foi enriquecida no contacto com as diversas liturgias galicanas e orientais. 

Com a crise na Igreja e no papado, o Missal, agora franco-germânico, volta para Roma e vai ser a base para a reforma gregoriana no século X. Os ritos foram simplificados para uso interno da Cúria em suas viagens e o Missal Romano passa a ser usado em toda parte. Os franciscanos adoptaram-no e acabaram por divulgá-lo em todo o Ocidente.

O Concílio de Trento, enfrentando a crise da Igreja na época e as investidas protestantes contra os dogmas eucarísticos, especialmente o valor da Santa Missa, da Eucaristia e do Sacerdócio,  ordenou a reforma do Missal e em 1570, com a Bula Quo primum tempore, o Papa São Pio V publicou o Missal Romano, tomando como base o Missal da Cúria e impondo-o como obrigatório em toda a Igreja Latina. Por isso o Missal na forma antiga é chamado erradamente de São Pio V, ou Tridentino. Na realidade é muito mais antigo.

Os Papas posteriores reeditaram o Missale Romanum realizando melhorias na formulação das rubricas, revisão de alguns textos e reformas no calendário. A última reforma das rubricas foi feita pelo Beato João XXIII através do Motu Próprio Rubricarum instructum, no dia 25 de Julho de 1960. A última edição conforme as novas Rubricas é do ano 1962. É a chamada hoje Forma Extraordinária do Rito Romano. 

O grande diferencial está na sua história, pois é fruto de uma evolução litúrgica homogénea, e na sua precisão teológica, principalmente no que diz respeito aos dogmas eucarísticos. Aparece mais o sentido do sagrado numa liturgia mais vertical. Pela precisão nas rubricas, está menos sujeita a alterações, o que dá uma certa garantia contra as inovações que podem acontecer, fruto de pouco conhecimento do verdadeiro sentido litúrgico.

in Zenit


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