Hoje é dia de São Pio de Pietrelcina, mais conhecido por Padre Pio. Este grande santo do século XX tinha multidões à sua procura, mas apesar disso foi sempre muito humilde. Foi incompreendido e injustamente perseguido pelos próprios superiores, mas apesar disso foi sempre muito obediente.
Era um grande místico, foi muitas vezes atacado pelo demónio. Tinha os estigmas (as chagas do crucificado), que sangravam constantemente. Tinha também o dom da ubiquidade (ou bilocação), sendo visto por testemunhas em sítios diferentes à mesma hora. Além disso tinha o dom de saber os pecados das pessoas, alertando quando se esqueciam de confessar algum pecado e tendo confessado o próprio Pai no leito de morte dizendo os seus pecados quando este já não o conseguia fazer.
Passava horas a fio no confessionário e vinham pessoas de muito longe para se confessarem ao Santo, cuja fama ultrapassara há muito as fronteiras italianas. Um dia foi lá o próprio demónio, e eis como o Padre Pio conta o episódio:
«Um dia, estava eu a ouvir confissões, um homem veio para o confessionário onde eu estava. Ele era alto, esbelto, vestido com refinamento, era cortês e amável. Começou a confessar os seus pecados, que eram de todo tipo: contra Deus, contra os homens e contra a moral. Todos os pecados eram aberrantes!
Por cada acusação, depois da minha correcção fazendo uso da Palavra de Deus, o Magistério da Igreja e a moral dos santos, este enigmático penitente opunha-se às minhas palavras justificando, com habilidade extrema e cortesia, todo o tipo de pecado. E isto não só para os pecados contra Deus, Nossa Senhora e os santos, que indicava de forma irreverente sem nunca dizer os seus nomes, mas também para os pecados que eram os mais sujos que é possível imaginar.
As respostas que este desconhecido dava à minha argumentação, com hábil subtileza e fina malícia impressionaram-me. Comecei a perguntar-me “Quem é este? De que mundo vem? Quem será? E tentei olhar bem para ele, ler alguma coisa na sua face; ao mesmo tempo concentrei-me em cada palavra para dar-lhe o juízo correcto que merecia.
Mas de repente através de uma luz interna vívida e brilhante eu reconheci claramente quem ali estava. Com voz forte e imperiosa ordenei-lhe: "Diga Viva Jesus, Viva Maria" Assim que pronunciei estes doces e poderosos nomes, Satanás desapareceu imediatamente numa nuvem de fogo, deixando um fedor insuportável.»
João Silveira
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