A devoção à Imaculada Conceição de Nossa Senhora vem dos tempos apostólicos. Na Idade Média, porém, adquiriu enorme força e extensão. Por fim, no século XIX foi proclamada dogma da Igreja Católica. Nenhum católico pode negá-la ou pô-la sequer em dúvida, sem cair em heresia e ficar fora da Igreja. O que passamos a descrever passou-se no século XIX.
No dia 8 de Dezembro de 1854, o Bem-aventurado Papa Pio IX promulgou solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria, Mãe de Deus Encarnado, Nosso Senhor Jesus Cristo. E no dia 25 de Março de 1858, festa da Anunciação do Anjo a Nossa Senhora e da Encarnação do Verbo, a Santíssima Virgem apareceu, em Lourdes, a Santa Bernadette. Nesse dia Ela confirmou o dogma, dizendo: “Eu sou a Imaculada Conceição”. E inaugurou uma torrente de milagres que não cessa até hoje!
Poucas pessoas sabem que em 1823, trinta anos antes da proclamação desse magnífico dogma, dois sacerdotes exorcistas obrigaram um demónio, que possuía um rapaz, a cantar o louvor dessa santa verdade. E o demónio teve que fazê-lo, obviamente a contragosto, mas com uma rima poética que reverenciou a glória de Nossa Senhora.
O demónio é “espírito de mentira”, mas o exorcismo pode obrigá-lo a dizer a verdade, inclusive sobre matérias de Fé, como a divindade de Jesus Cristo, as virtudes da Imaculada Virgem, a existência do Paraíso, do inferno, etc. Foi o que aconteceu com o demónio que tinha entrado num jovem analfabeto de apenas doze anos, residente em Adriano di Puglia, Itália, hoje Ariano Irpino, na província e diocese de Avellino.
Os exorcistas foram dois religiosos dominicanos, o Pe. Gassiti e o Pe. Pignataro, que estavam na cidade pregando uma missão. Eles haviam recebido o “placet”, ou autorização do bispo, para fazer o exorcismo. E obrigaram então aquele demónio a responder a muitas perguntas, entre as quais, uma sobre a Imaculada Conceição.
Apesar de o diabo dar sinais de máxima contrariedade, os exorcistas impuseram-lhe que falasse sobre o especialíssimo privilégio concedido por Deus a Maria Santíssima. Assim sendo, o demónio então confessou que a Virgem de Nazaré jamais esteve sob seu poder, nem mesmo durante um só instante. Pelo contrário, confessou que desde o primeiro instante da sua vida Ela sempre esteve “cheia de graça” e foi toda de Deus.
Os dois exorcistas obrigaram o espírito das trevas a testemunhar a Imaculada Conceição sob a forma de versos poéticos. E o demónio, que se perdeu por culpa própria e conhecendo perfeitamente as coisas, compôs na língua italiana um soneto impecável, perfeito como construção poética e como teologia.
Como a tradução para o português prejudica a rima, nós reproduzimo-lo em italiano no fim do post*:
Eu sou Mãe verdadeira de um Deus que é Filho
e sou filha d'Ele, embora seja sua Mãe;
Ele nasceu ab aeterno e é meu Filho,
Eu nasci no tempo e, entretanto, sou Sua Mãe.
Ele é meu criador, porém é meu Filho,
Eu sou Sua criatura, porém sou Sua Mãe;
Foi um prodígio divino Ele ser meu Filho
Um Deus eterno me ter por Mãe.
A vida é comum entre a Mãe e o Filho
Porque o Filho recebe o ser da Mãe,
E a Mãe recebeu o ser do Filho.
Ora, se o Filho recebeu o ser da Mãe,
Ou se diz que o Filho nasceu com mancha,
Ou foi a Mãe que foi concebida sem mancha.
Se não formos piores que esse demónio do inferno, ajoelhemo-nos diante da Imaculada Virgem e veneremo-la pelos séculos dos séculos, dizendo:
“Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”.
Luis Dufaur in Ciência confirma a Igreja
*Vera Madre son Io d’un Dio che è Figlio
e son figlia di Lui, benché sua Madre;
ab aeterno nacqu’Egli ed è mio Figlio,
in tempo Io nacqui e pur gli sono Madre.
Egli è mio creator ed è mio Figlio,
son Io sua creatura e gli son Madre;
fu prodigo divin l’esser mio Figlio
un Dio eterno, e Me d’aver per Madre.
L’esser quasi è comun tra Madre e Figlio
perché l’esser dal Figlio ebbe la Madre,
e l’esser dalla Madre ebbe anche il Figlio.
Or, se l’esser dal Figlio ebbe la Madre,
o s’ha da dir che fu macchiato il Figlio,
o senza macchia s’ha da dir la Madre
2 comentários:
Num assunto relacionado, já leu o livro 'Avertissements de l'Au'delà à l’Église Contemporaine – Aveux de l’Enfer'?
Em inglês, 'Warning from the Beyond to the Church Today: Literal Text of Revelations Made By Devils During Exorcisms'.
E ainda há dentro da Igreja, quem queira acabar com os dogmas!!
"Uma no cravo, outra na ferradura"...
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