sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Os Magos vindos do Oriente

Celebramos hoje a Epifania do Senhor. A palavra epifania pode traduzir-se como manifestação, desvelamento, revelação. Trata-se da Revelação do Deus humanado aos gentios (pagãos), representados pelos Magos, que tinha sido profetizado pelo Profeta Isaías (Is. 60) e pelo Salmo 72. Os Magos eram filósofos, sábios, astrónomos e astrólogos, podendo alguns deles serem reis (como Salomão).

Naquele tempo havia uma expectativa generalizada em todos os povos que nasceria um rei na Judeia. Vendo os Magos[1] aquela estrela absolutamente singular, misteriosa, seguem-na, como investigadores da Criação, na esperança de encontrarem o Rei judeu recém-nascido. A estrela, pela descrição de S. Mateus, mais parece uma realidade sobrenatural, um Anjo, certamente muito luminoso, do que propriamente um simples astro - não poucos Padres da Igreja assim pensavam (A Sagrada Escritura com alguma frequência refere os Anjos como estrelas e as estrelas como Anjos - metáforas a que é preciso tomar atenção). No entanto, somente depois de em Jerusalém consultarem os sumos sacerdotes e os escribas do povo sobre as profecias constantes nas Sagradas Escrituras é que ficam a saber o que lhes faltava - a Revelação Natural (Criação) e a Revelação Sobrenatural (A Bíblia) não se contradizem, mas completam-se.

Saídos de Jerusalém veem de novo a estrela (o desaparecimento da estrela quando chegaram a Jerusalém pode significar diversas coisas, por exemplo: 1- a infestação da cidade prenhe de corrupção e pecado, etc.; 2- ou entregar os Magos à pura Fé na Palavra de Deus) que os guia pontualmente até à casa onde estavam a Virgem Santa Maria e o Menino Jesus.

Aí chegados os Magos prostram-se por terra num gesto de adoração devido somente a Deus, e oferecem ao Rei recém-nascido ouro, em reconhecimento da Sua Realeza, incenso confessando a Sua Divindade, e mirra pela Sua humanidade mortal.

Estes dons oferecidos à Cabeça derramam-se sobre o Seu Corpo Místico que nós somos porque n’Ele incorporados pelo Baptismo. E é isto que faz de nós um povo de reis, sacerdotes e profetas. A mirra era um óleo que não se prestava somente ao cuidado dos cadáveres, mas que podia servir de unção aos profetas. O incenso era usado no Templo para significar as orações ao Altíssimo. E o ouro era o adorno dos reis.

Padre Nuno Serras Pereira

[1] Estudos recentes sugerem que os magos eram nabateus, um território além Jordão até Babilónia. Mais ou menos onde se situa hoje a Jordânia.


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2 comentários:

Maria José Martins disse...

Depois de descrever a chegada dos "três reis do Oriente, junto da Sagrada Família, na Obra: "O Evangelho, como me foi revelado", Jesus faz um reparo à Mística, Maria Valtorta e diz: "E agora? Que vos direi, ó almas, que percebeis que a Fé está morrendo? Aqueles Sábios do Oriente nada tinham que lhes desse a certeza da verdade. Nada tinham de Sobrenatural. Somente tinham cálculos astronômicos e as suas reflexões, que a sua vida INTEGRA tornavam perfeitas. Contudo, tiveram Fé; Fé em tudo: na Ciência, na consciência e na Bondade divina.
Pela Ciência, acreditaram na nova estrela, aquela que era esperada, havia séculos, pela Humanidade, o Messias. Pela consciência, acreditaram nas vozes Celestes que lhes diziam: "É aquela estrela que assinala a chegada do Messias". Pela bondade, tiveram Fé que Deus não os teria enganado e, como a sua intenção era reta Ele os ajudaria de todos os modos, até à meta desejada.
Assim, somente eles tiveram êxito, entre tantos estudiosos, porque apenas eles tinham na alma a ânsia de conhecer a Deus e um fim RETO: em TUDO dar-Lhe Louvor! Não procuravam a sua própria utilidade e, por isso, foram contra todas as fadigas e despesas, sem qualquer compensação humana; pediam somente que Deus os Salvasse para a Eternidade.
Se fosseis vós, nunca arriscaríeis, porque pensaríeis em mil dificuldades.
Como fazer uma viagem tão longa, através de diferentes Países? Será que vão acreditar em mim, ou me prenderão como espião? Que ajuda me darão? E o calor? E as montanhas? E os desertos? E os ventos? E as febres dos pantanais? E as cheias fluviais?
Mas eles somente disseram: "Tu, ó Deus, que lês os nossos corações e vês como Te perseguimos, em TUAS MÃOS NOS ENTREGAMOS! Concede-nos a alegria humana de adorar a Tua Segunda Pessoa, que Se fez carne, para a Salvação do mundo!"
Jesus, ainda explica que as Índias longínquas referidas na Obra, se referem à Ásia meridional: Turquia, Afeganistão e Pérsia e as montanhas são a Mongólia, sobre as quais, só voam águias e abutres e sopram ventos fortes, e onde há estrondos provocados pelas enormes torrentes de água, não permitindo, sequer, que se durma descansado.
Jesus também refere que, perante tantas dificuldades, eles nunca se cansaram, porque, quando se procura Deus, todas as necessidades humanas, próprias da nossa animalidade, nunca podem superar a vontade de O escolher, em primeiro lugar.
E, assim, guiados pela Estrela, e por um milagre de Deus, lá chegaram ao grande Objetivo: encontrar o Messias prometido.

Eduardo disse...

Bom seria que publicassem a homilia do Arc. Viganò que, como habitualmente, nos mostra o verdade que vivemos. Está no site Chiesa e Post Concilio