segunda-feira, 29 de março de 2021

Cardeal Sarah pede ao Papa Francisco para alterar a proibição das Missas privadas em São Pedro

«Por todas as razões aqui expostas e por outras, juntamente com um número ilimitado de baptizados (muitos dos quais não querem ou não podem exprimir o seu pensamento), peço humildemente ao Santo Padre que ordene a retirada das recentes normas emanadas do Secretariado de Estado, que carecem de justiça e de amor, não correspondem à verdade nem à lei, e não facilitam, antes põem em perigo o decoro da celebração, a devota participação na Missa e a liberdade dos Filhos de Deus.”

Com essas palavras, o Cardeal Sarah termina o seu texto sobre as novas normas que regem a celebração das Missas na Basílica de São Pedro, em Roma. O Cardeal concorda com as objeções levantadas pelos cardeais Burke, Müller e Brandüller em relação à mesma questão.

O purpurado recorda que “a celebração individual do sacerdote continua a ser obra de Cristo e da Igreja. O Magistério não só não o proíbe, mas também o aprova, e recomenda que os sacerdotes celebrem a Santa Missa todos os dias, porque uma grande quantidade de graças flui de cada Missa para o Mundo inteiro.

O Cardeal Sarah alerta que é “um facto singular obrigar os padres a concelebrar. Os padres podem concelebrar se quiserem, mas será que a concelebração pode ser imposta? As pessoas vão dizer: se não quer concelebrar, vá para outro lugar! Mas é este o espírito acolhedor da Igreja que queremos encarnar?"

E acrescenta:

"Muitos padres vêm a Roma em peregrinação! É muito normal que eles, mesmo que não tenham um grupo de fiéis que os acompanhe, alimentem o desejo saudável e belo de poder celebrar a Missa em São Pedro, talvez no altar dedicado a um santo pelo qual têm especial devoção. Há quantos séculos a Basílica acolhe esses padres? E por que razão já não os quer receber se eles não aceitam a imposição da concelebração?"

O purpurado pergunta também: "O que farão os sacerdotes que chegam a Roma e não sabem [falar] italiano? Como conseguirão concelebrar em São Pedro, onde as concelebrações acontecem apenas em italiano?"

O Prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos aponta para a questão da Missa Tridentina:

«... com base nas novas normas, o que deve fazer um sacerdote que deseja legitimamente continuar a celebrar a Missa individualmente? Ele não teria escolha a não ser celebrá-la na forma extraordinária, uma vez que está impedido de celebrá-la individualmente na forma ordinária.

E também aponta que as disposições do Papa Bento XVI estão a ser violadas:

«A decisão quanto à forma extraordinária do Rito Romano também é singular, está especificado que tais celebrações serão realizadas apenas por padres "autorizados". Essa indicação, além de não respeitar as normas contidas no Motu Proprio 'Summorum Pontificum' de Bento XVI, também é ambígua: quem deve dar a autorização a esses padres?



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1 comentário:

Maria José Martins disse...

Segundo o que já li, o Papa Francisco, mais uma vez, se remete ao silêncio e nada responde...

"Mas é este o espírito acolhedor da Igreja que queremos encarnar?"--Cardeal Sarah

Acho que esta pergunta vem mais do que a propósito, porque, das duas uma, ou não é o Papa Francisco que prepara as Catequeses e as Homílias que proclama, remetendo-se a repetir mecanicamente o que lá está escrito, ou coerência não tem nenhuma, pois, na prática, revela-se quase sempre insensível e intransigente, perante a análise de qualquer medida controversa, que vá contra a sua decisão, mesmo que essa viole a imutabilidade da Palavra de Deus--Cardeais dos "dubia"--
E, ainda ontem, na sua Homilia de domingo de Ramos, faz um apelo ao Amor pelos irmãos que sofrem, apelando à nossa identificação com eles, pois devemos ver neles, Jesus Crucificado! Mas, o sofrimento é só material?! E os que ele RECUSA ESCUTAR--o que só por si, já é uma humilhação, pois faz aceção de pessoas-- não são filhos de Deus e da Igreja?
E o que fez ao Cardeal Zen? Importou-se de o ter feito esperar, para depois não o atender e nem uma simples palavra lhe ter dirigido? E, como sabemos, o motivo também era mais do que justo: ele ia denunciar atrocidades cometidas contra os nossos irmãos Chineses, pelo Partido Comunista, com quem o Papa fez uma Aliança...Importa-se, por acaso com o seu sofrimento?
É por estas e por outras, que cada vez fico mais confusa e bem me custa rezar para que Deus o Ilumine. E o benefício da dúvida, perante tanta misericórdia, já me começa a falhar...
Que Deus me perdoe, porque, para todos os efeitos, é o nosso Papa!