segunda-feira, 20 de novembro de 2023

São Félix de Valois, co-fundador da Ordem da Santíssima Trindade e dos Cativos

Nasceu em Amiens, França, em 1127 e morreu em 1212, tendo sido o seu culto aprovado pelo Papa Alexandre VII em 1666. Foi co-fundador da Ordem da Santíssima Trindade (os Frades Trinitários) para o Resgate dos Cativos das mãos dos muçulmanos.

No começo do século XII, o distrito de Somme e Aisle na França era governado pelo Conde Raul de Vermandois e de Valois. A sua esposa, Alienor de Champagne, no dia 19 de Abril de 1127, deu à luz um filho, que foi batizado com o nome de Hugo, em homenagem ao seu avô, o filho de Henry I, Rei da França.

O jovem Hugo foi enviado para a Abadia de Clairvaux para ser educado. Com 20 anos saiu numa cruzada, mais foi incógnito para não ser tratado de modo diferente. Três anos mais tarde retornou, viajou por Itália e foi ser um eremita no norte da Itália ou perto de Clermont d’Oise. Para evitar ser reconhecido mudou o nome para Félix e for ordenado sacerdote.

Em 1193, vivia em extrema solidão, perto de Montigny, quando recebeu a visita de São João da Mata que se havia diplomado na Universidade de Paris e depois ordenado sacerdote, celebrando a sua primeira Missa a 28 de Janeiro de 1193. Eles tornaram-se amigos, formando uma pequena comunidade juntamente com outros discípulos.

Um dia, em 1197, uma corça branca, que vinha com frequência beber água numa fonte onde os eremitas tiravam a sua água, apareceu com uma cruz vermelha e azul entre os chifres. João lembrou-se da visão que havia tido durante a sua primeira Missa, quando viu um anjo vestido de branco com uma cruz vermelha e azul no seu peito. Ele e Félix sabiam que a corça era um sinal de Deus e que eles deveriam seguir em frente com os planos que haviam discutido. Este plano era fundar uma Ordem Religiosa dedicada a resgatar os cativos cristãos que eram capturados pelos Mouros durante as cruzadas.

Juntos, apresentaram o seu plano ao Papa Inocêncio III, o qual não só deu a sua aprovação, mas deu aos fundadores o hábito da Ordem: branco com uma cruz vermelha e azul. João e Félix retornaram a França e a sua comunidade foi renomeada de Cerfroid em homenagem à corça. A 17 de Dezembro de 1198, o Papa aprova a Regra Própria da nova Ordem.

João deixou Cerfroid para começar o trabalho de resgatar os cativos; Félix ficou como Supervisor Geral em Cerfroid, mas mais tarde foi a Paris para estabelecer o hospital da Ordem em Saint Mathurin, que lhes havia sido doado. Como resultado, membros da Ordem eram popularmente chamados de Mathurinos; os frades trinitários eram também conhecidos como “frades dos asnos” porque usavam bastante esse meio de transporte (o asno) como testemunho de pobreza.

Na noite de 8 de Setembro de 1212, embora o frade sacristão de Cerfroid se tivesse esquecido de tocar o sino da manhã (geralmente às 3 da madrugada), Félix desceu à Igreja para cantar as matutinas com a comunidade, como de costume, e encontrou a Virgem Maria e vários anjos, todos eles usando o hábito da Ordem.

Alguns dias mais tarde João de Matha retornou a Cerfroid para ver o seu velho amigo, mas ficou apenas alguns dias. A 4 de Novembro de 1212, Félix morreu com a idade de 85 anos. A grande reputação da sua santidade e dos milagres reportados junto do seu túmulo fez com que o Papa Urbano IV o canonizasse em 1 de Maio de 1262.

Em 1631 os trinitários tentaram receber a permissão para celebrar as festas dos santos Félix e João liturgicamente na França e na Espanha, como os seus confrades na Inglaterra haviam conseguido desde 1308; mas como o Concílio de Trento havia estabelecido controles restritivos dessas celebrações, eles não receberam permissão. A Bula papal de canonização de Félix do Papa Urbano IV também havia se perdido, assim os trinitários começaram a colher novos dados.

Eles encontraram os “cânones” de Meaux invocando São Félix desde 1219. Nesse ano o Capítulo Geral fixou o dia da sua festa e em 1308 o provincial da Inglaterra recebeu os ofícios da Missa do Papa João XXII. Havia bastantes documentos para convencer ao Papa Alexandre VII a confirmar o culto em 21 de Outubro de 1666. Mas 5 anos mais tarde, o Sagrado Colégio dos Ritos ainda não havia adicionado Félix e João no Martirológio Romano, e apenas com a intercessão do Rei Luís XIV de França e Filipe V da Espanha a favor de Félix de Valois, o Papa Inocêncio XII estendeu as festas de São Félix e São João de Mata a toda Igreja, em 1694.

São Félix é mostrado na arte litúrgica da Igreja como: 1) um velho com o hábito trinitário e correntes ou cativos ao seu lado, ou 2) perto de uma fonte onde uma corça bebe água ou 3) junto a uma corça com uma cruz nos chifres.

in trinitarios.com.br


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