sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Cardeal Burke diz que está ao serviço do Papa Francisco

O Cardeal Raymond Burke diz que está ao serviço do Papa Francisco, não tem nenhuma animosidade pessoal contra o Papa, e aqueles que afirmam que o cardeal norte-americano é um adversário do Sumo Pontífice querem desacreditá-lo.

O chefe do mais importante tribunal do Vaticano também disse à Breitbart na terça-feira que a Igreja Católica corre o risco de dissidência se os bispos forem vistos a “contrariar” os dogmas estabelecidos e imutáveis da Igreja, nos próximos meses. 

O prelado do Vaticano falou em Viena, durante o lançamento da tradução alemã de “Permanecer na Verdade de Cristo”, livro para o qual contribuiu. A obra é uma resposta à proposta do Cardeal Walter Kasper, querendo permitir que alguns divorciados recasados tenham acesso à Comunhão. A Igreja Católica sempre excluiu tal possibilidade, com base no ensinamento de Cristo que "recasar" após um divórcio constitui adultério.

Certos meios de comunicação social querem simplesmente retratar-me a viver uma vida de oposição ao Papa Francisco”, disse o Cardeal Burke. “Não é de todo o caso. Tenho servido o Santo Padre na Assinatura Apostólica e continuo a servi-lo de outras formas.

O prelado, nascido em Wisconsin, respondeu a comentários feitos por si durante uma entrevista dada à revista seminal Vida Nueva, a semana passada. O artigo deu a entendê-lo como crítico do Papa, apesar de ter salientado na entrevista que não estava em desacordo com Francisco.

O Cardeal contou à publicação espanhola que há um “forte sentimento” de que a Igreja é como um “barco sem leme, seja a razão qual for.” Contudo, deixou claro que a entrevista não servia para “falar contra” o Pontífice. Disse que o Papa tem razão em chamar os Católicos “para as periferias”, mas acrescentou que “não podemos sair para as periferias de mãos vazias”.

Eu não disse que essa era a ideia do Santo Padre,” explicou, “mas tenho visto outros a usar as suas palavras para justificar um certo tipo de ‘comodismo’ da fé à cultura, algo que nunca poderá acontecer.

O Cardeal Burke disse que a sua intenção é “apresentar o ensinamento da Igreja, em relação ao qual tem havido uma grande confusão.” Apontou para o Sínodo da Família, no mês passado, como parcialmente responsável, e afirmou que aqueles que se identificam com a chamada "agenda reformista do Papa Francisco" estão agora a tentar “desacreditar o que eu disse ao atribuí-lo a uma animosidade pessoal contra o Santo Padre, o que não está correcto.

Questionado em relação aos recentes elogios do cantor Elton John, enaltecendo o Papa Francisco como herói dos direitos homossexuais, Burke disse que a Igreja tem de ser “diligente” ao explicar “com muito cuidado” os seus ensinamentos, distinguindo bem entre o pecador e o pecado. Também reafirmou a preocupação do Papa pelas pessoas com atracção pelo mesmo sexo, “entendendo que apesar de terem esta atracção, é uma atracção a actos desordenados,” e que têm de procurar a “cura e graça” de Deus para lidar com o seu “muito profundo sofrimento.”

Burke tem sido um dos oponentes mais declarados contra a proposta de Kasper, apontando que não é católica, ameaça a indissolubilidade do casamento, e que é por isso inaceitável. “A Igreja deve fazer tudo o que pode quando, mais uma vez, a integridade do matrimónio está sob ataque” disse ao público vienense. 

Disse que “ouviu frequentemente” prelados durante o Sínodo da Família em Roma, no mês passado, dizer que como a cultura mudou “tão radicalmente”, a Igreja “já não pode ensinar o mesmo que ensinava no passado.” Burke respondeu dizendo que tal visão revela uma “perda de esperança em Jesus Cristo, que é a única salvação do mundo.” Reconhece que a cultura está “muito corrupta” mas acrescentou que isso não significa que “tenhamos de a seguir, mas trazer para a cultura aquilo que a vai salvar e encher de esperança.”

Os rumores sobre um possível cisma têm aumentado na Igreja Católica depois do recente Sínodo parecer levar a Igreja numa direcção mais “progressiva” no que toca a questões morais. O controverso documento emitido a meio do encontro (ao qual Burke chamou de “desastre total”) apontava mudanças radicais na área da homossexualidade, divórcio, e segundos casamentos, entre outras coisas, mas as propostas foram amplamente atenuadas, e não alcançaram um consenso no relatório final.

Questionado em relação à existência de um risco genuíno na divisão da Igreja, Burke disse que se na fase precedente ao segundo Sínodo da Família, em Outubro do próximo ano, os bispos forem vistos a “contrariar os ensinamentos e práticas constantes da Igreja, há um risco, pois estas são verdades imutáveis.” Também realçou que o chefe do Sínodo dos Bispos, o Cardeal Lorenzo Baldisseri, “se identificou fortemente” com a tese de Kasper e que “se subscreve a essa escola”.

Avisando que esta batalha vai continuar, pediu aos Católicos que “se façam ouvir”.

in Breitbart


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3 comentários:

Anónimo disse...

Mi affido a Cristo ... in comunione con Papa Francisco.

Peccato, il tono minaccioso di Burke.

Francisco disse...

Basta fazer uma pesquisa rápida no google sobre este cardeal e, sem muito esforço, reparamos que ele é mais umas das lagrimas de Cristo!

Só as fotos dele chocam qualquer ser humano.

A nossa sorte é que Jesus nunca desiste da humanidade!

Uma Igreja pobre para os pobres!

Anónimo disse...

Não vamos julgar o livro pela capa. Só porque o cardeal Burke usa roupas tradicionalistas isto não quer dizer que o conteúdo do que diz é errado. Existe muita verdade naquilo que o cardeal está a dizer. Concordo plenamente com ele, acomodar-se à cultura é negar aquilo pelo qual tantas e tantas pessoas se sacrificaram, que o sacrifício delas não seja em vão. Negar o modo de vida cristão como foi vivido até hoje é não ter esperança em Cristo, esta é a verdade.

E mais, um frasco de ouro ponde conter qualquer coisa, desde o próprio ouro, do ar, até água, assim também um frasco de barro pode conter seja ouro que lixo. Igreja pobre sim, mas a pobreza da simplicidade do modo de ser não necessariamente da aparência de pobre.