domingo, 14 de fevereiro de 2021

A Primeira Comunhão da Irmã Lúcia

16 anos depois da morte da Irmã Lúcia, a 13 de Fevereiro de 2005, vamos conhecer um pouco mais da vida dessa pastorinha de Fátima. Vamos hoje conhecer melhor como foi vivida, por ela e pela sua família, o dia da sua primeira Comunhão. 

Dizia a Ir.ª Lúcia que uma das suas características mais marcante na sua infância era a curiosidade. Não podia ficar na dúvida ou sem ver esclarecidas as suas questões. A sua mãe era a catequista da aldeia; não guardava as dúvidas para si e quando a mãe, na catequese não as esclarecia, à hora de jantar bombardeava o seu pai com todas as suas perguntas até ficar esclarecida. E o seu pai com toda a calma procurava responder-lhe e confirmar o que a mãe já havia dito.

Foi neste ambiente que a pastorinha de Fátima chegou ao dia da sua primeira Comunhão. Como era costume do prior da aldeia, só recebia a Comunhão quem já tivesse 7 anos, facto que desgostou Lúcia, porque ainda só tinha 6. Como tivesse vindo um padre de fora para ajudar o prior na festa, e vendo-a tão chorosa perguntou-lhe o que se passava, ao que ela lhe respondeu. Chamou-a e fez-lhe o pequeno exame que era costume fazer e percebeu que era uma criança preparada e consciente para a situação. Perante o facto fala com o prior e assume a responsabilidade relativamente à pequena Lúcia, a qual se enche de alegria e entusiasmo. 

Nessa tarde de sábado vai fazer a sua primeira confissão preparada pela mãe. Confessa-se a este padre de fora. Conta a Ir.ª Lúcia este relato com alguma piada; eis apenas o que lhe diz a sua mãe no final da sua confissão: "-Minha filha, não sabes que a confissão se faz baixinho, que é um segredo? Toda a gente te ouviu! Só no fim disseste uma coisa que ninguém soube o que foi". 

Este é um pequeno relato da candura e inocência vivida por esta criança simples e humilde. Conta um pouco mais à frente, o que lhe disse o padre no final da confissão: "-Minha filha, a sua alma é um templo do Espírito Santo. Guarde-a para sempre pura, para que Ele possa continuar nela a Sua acção divina". estas foram palavras que caíram fundo no seu coração e sempre procurou ser-lhe fiel ao longo da sua vida. A noite que antecedia o grande dia foi passada em vigília, sem conseguir dormir pelo entusiasmo e a prepararem-lhe o vestido branco; nesta noite, diz, fez a sua primeira consagração a Maria. A missa da sua comunhão é assim relatada pela própria pastorinha: 

"Começou a missa cantada e à maneira que o momento se aproximava, o coração batia mais apressado, na expectativa da visita de um grande Deus que ia descer do Céu para se unir à minha pobre alma. O Senhor Prior desceu por entre as filas a distribuir o Pão dos Anjos. Tive a sorte de ser a primeira. Quando o Sacerdote descia os degraus do altar, o coração parecia querer sair-me do peito. Mas logo que pousou em meus lábios a Hóstia Divina, senti uma serenidade e uma paz inalterável; senti que me invadia uma atmosfera tão sobrenatural, que a presença do nosso bom Deus se me tornava tao sensível, como se O visse e ouvisse com os sentidos corporais. Dirigi-Lhe então as minhas súplicas: 

- Senhor, fazei-me uma santa, guardai o meu coração sempre puro, para Ti só". 

Como vemos, o dia da sua primeira Comunhão foi extremamente marcante para a sua vida. Neste dia começa-se a definir muito daquela que seria futuramente uma das pastorinhas e videntes de Fátima. É a própria Lúcia que o afirma e que diz: uma primeira Comunhão bem preparada e vivida marca para o resto da vida. Para concluir diz-nos ela, em primeira pessoa, que neste dia, começa a desenhar-se nela um movimento de entrega a Maria e à vontade do Senhor. O resto da história vamos conhecendo aos poucos; ou, pelo menos, julgamos nós. 

in obichodasenda.blogspot.pt


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2 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Olá, João
E Deus a fez santa...
Abraço fraternal

Maria José Martins disse...

Mas como, noutros tempos, as crianças, tão novinhas, demonstravam uma maturidade Espiritual muito diferente das de hoje.
Acredito que TUDO mudou, mesmo o ambiente familiar; e que me desculpem os párocos do nosso tempo, não imagino nenhum dos que conheço, falar para uma criança de seis anos, com a Profundidade com que falou o Confessor da Irmã Lúcia, no dia da sua primeira Confissão, a qual antecedia o Grande Dia da sua Primeira Comunhão.
E é por aqui, que constatamos que, se as coisas pioraram, algo de muito mau aconteceu: o secularismo entrou deveras na Igreja!
Peço desculpa, mas sinto uma enorme nostalgia, quando leio estes textos, porque, realmente, Deus--e as SUAS COISAS--parece cada vez mais longe...em favor do APARATO FICTÍCIO!
E, agora, vou ser má: "não nos CANCELARAM os SACRAMENTOS por causa da "festa?!"