O exemplo de Jesus Cristo,
que nesta Terra quis honrar tão grandemente a São José, era bastante para
inspirar a todos uma grande devoção a este preclaro Santo. Desde que o Pai
Eterno designou São José para fazer as suas vezes juntos de Jesus, Jesus sempre
o considerou e o respeitou como pai, obedecendo-lhe pelo espaço de vinte e
cinco ou trinta anos: Et erat subditus illis(1) — E estava-lhes
sujeito. O que quer dizer que em toda aquela série de anos a única ocupação do
Redentor foi obedecer a Maria e a José.
A José competia em todo
aquele tempo exercer o ofício de governar, como cabeça que era da pequena
família; a Jesus, como súbdito, o ofício de obedecer. De sorte que Jesus não
dava um passo, não praticava coisa alguma, não tomava alimento, não ia repousar,
senão segundo as ordens de São José. Punha a mais atenciosa diligência em
escutar e executar tudo o que lhe era imposto. — “O meu Filho”, assim revelou o
Senhor a Santa Brígida, “era tão obediente, que quando José dizia: Faze isto,
ou faze aquilo, logo o executava.” E acrescenta que em Nazaré “Jesus muitas
vezes preparava a comida, buscava água, lavava as vasilhas e varria a casa”.
Esta humilde obediência de
Jesus ensina-nos que a dignidade de São José é superior à de todos os Santos,
excepção feita da divina Mãe. Pelo que um douto autor escreve com razão: “É
justíssimo que seja muito honrado pelos homens aquele que de tal maneira foi
elevado pelo Rei dos reis.” (2) — O próprio Jesus recomendou a Santa Margarida
de Cortona que fosse particularmente devota de São José, por ser ele quem o
alimentou durante a sua vida: “Eu quero”, disse-lhe (e imaginemos que nos diz o
mesmo), “que cada dia pratiques algum obséquio especial a meu amantíssimo pai
nutrício, São José.
Para compreendermos as
grandes mercês que São José faz aos seus devotos, basta referir o que a este
respeito diz Santa Teresa:
“Não me lembro (é a Santa
quem fala) de lhe ter pedido alguma coisa sem que ma tenha obtido. Causaria
assombro se eu enumerasse todas as graças que o Senhor me concedeu por
intermédio deste Santo, e todos os perigos, tanto para o corpo como para a
alma, dos quais me livrou. Aos demais Santos parece que o Senhor lhes deu o
serem protectores numa só necessidade particular; a experiência, porém, faz ver
que São José é protector universal. Parece que Jesus nos quer dar a entender
que, assim como ele na Terra se submeteu voluntariamente a São José, também no
Céu faz tudo que o Santo lhe pede. O mesmo experimentaram também outras
pessoas, às quais aconselhei que se lhe recomendassem.
“Quisera persuadir a todos
(continua a Santa) a serem devotos deste Santo, pela experiência adquirida dos
grandes favores que ele obtém de Deus. Não conheço pessoa que honrando-o de uma
maneira particular, não se visse progredir muito na virtude. Desde há muitos
anos lhe peço, no dia da sua festa, uma graça especial e sempre a tenho
conseguido. A quem não me quiser crer, peço pelo amor de Deus que faça a
experiência.”
Tomemos São José por nosso
especial protector e poderoso intercessor, e não deixemos de nos recomendar-lhe
cada dia e várias vezes por dia. Multipliquemos as nossas orações nestes dias
de sua festa, pratiquemos em sua honra alguma mortificação e digamos muitas
vezes:
† “Lembrai-vos, ó puríssimo
Esposo de Maria Virgem, ó doce Protector meu São José, que jamais se ouviu
dizer que alguém tivesse invocado a vossa protecção, e implorado o vosso
socorro, e não fosse por vós consolado. Com esta confiança, venho à vossa
presença, a vós fervorosamente me recomendo. Ah! Não desprezeis a minha
súplica, pai putativo do Redentor, mas dignai-vos de a acolher piedosamente.
Assim seja.” (3)
(1) Luc. 2, 51;
(2) Card. Camer;
(3) Indulgência de 300
dias.
Santo
Afonso Maria de Ligório in 'Meditações: Para todos os Dias e
Festas do Ano' - Tomo II
1 comentário:
S. José, protege, abençoa e liberta a Santa Igreja Católica, as nossas famílias, as nossas casas e o mundo inteiro.
Valei- nos, S. José!
Terror dos demônios, rogai por nós!
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