sábado, 12 de novembro de 2016

Um odor suave e perturbações electromagnéticas no Santo Sepulcro

A grande pedra de mármore que sela o sepulcro de Cristo foi aberta nos dias 26, 27 e 28 de Outubro de 2016. Apenas um grupo de cientistas e religiosos teve acesso ao local, mas começaram imediatamente a correr mundo os rumores em torno deste acontecimento de proporções históricas.

O primeiro episódio a chamar a atenção deveu-se ao “odor suave” que emanou do sepulcro, semelhante às manifestações de "perfume" associadas a alguns santos. Além disto, certos instrumentos de medição empregados pelos cientistas sofreram alterações devido a “perturbações electromagnéticas”: assim que eram colocados na vertical sobre a pedra em que tinha repousado o corpo de Cristo, os aparelhos paravam de funcionar ou funcionavam mal.

Marie-Armelle Beaulieu, chefe de redacção da Terre Sainte Magazine, conseguiu autorização para visitar o local e mostra-se cautelosa quanto aos rumores associados ao “odor suave”. Além de dizer que um odor é facilmente sugestionável, comenta que não percebeu nenhum aroma particular. Mas, por outro lado, já durante a abertura anterior do sepulcro, que foi parcial e esteve a cargo do arquicteto Nikolaos Komnenos em 1809, o cronista da época também fez menção a um “doce aroma”. 

No que diz respeito às perturbações electromagnéticas registadas pelos instrumentos científicos, Marie-Armelle Beaulieu confirma que algo estranho se passou: o fenómeno foi-lhe confirmado por um dos cientistas autorizados a entrar no sepulcro. A este propósito, a directora de obras Antonia Moropoulou observou, enfaticamente, que é difícil um profissional relevante colocar a própria reputação em risco por conta de um “truque publicitário”. 

A jornalista ainda testemunhou a surpresa dos cientistas durante a abertura da pedra: eles esperavam que o túmulo se encontrasse a um nível muito mais baixo do que estava realmente. Acontece que as análises prévias parecem ter sofrido distorções provocadas pelas perturbações electromagnéticas do sepulcro de Cristo. 

A abertura da pedra frontal e a revelação da pedra interna sobre a qual repousou o corpo de Jesus Cristo demonstraram a conformidade do sepulcro com os costumes fúnebres dos judeus do século I. Mas, segundo Marie-Armelle Beaulieu, o essencial está noutro aspecto:

Para mim seria extraordinário se os peritos conseguissem demonstrar que esta pedra foi mesmo o local em que se colocou o corpo de Cristo, mas, mesmo que eles provassem o contrário, ela ainda continuaria sendo um sinal da Ressurreição.

A jornalista que fez parte do privilegiado grupo a entrar no Santo Sepulcro mora em Jerusalém há 17 anos e confessa:

A igreja do Santo Sepulcro é um local desconcertante. No começo eu não gostava muito dela. Esperava uma igreja linda e encontrei este lugar de arquitectura estranha, que não lembra em nada as cenas bíblicas. Não há nenhum rastro do jardim, por exemplo. Mas, com o tempo, fui desenvolvendo um apego durante as procissões nas quais participo com os franciscanos. 

Não é um lugar para visitar, mas para orar. Graças a um religioso, eu pude entrar até a rocha que sustentou o corpo de Cristo, algo que nunca teria imaginado possível! Senti-me num estado estranho, como que sem gravidade, mas lembro-me de todos os detalhes. Nunca mais irei ao Santo Sepulcro da mesma maneira.

Agora já recolocaram a pedra de mármore e só é possível ver a cripta parcialmente, através de uma abertura (protegida com um cristal blindado). Mas eu sei que a pedra está lá. 

Eu tinha o costume de fazer uma genuflexão diante do túmulo de Cristo, mas depois reflecti e achei que isso é absurdo, porque lá não há mais nenhuma Presença real! E diante da santa Eucaristia que devemos fazer a genuflexão! Mas, no Santo Sepulcro, diante desse túmulo, há uma ‘Ausência real’. Um túmulo vazio! Um milagre diante do qual todo o joelho se dobra, no Céu, na Terra e nos infernos”.

adaptado de Aleteia


blogger

Sem comentários: