segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Sete Santos Fundadores dos Servitas de Maria

Nos princípios do século XIII, viviam em Florença sete fidalgos, distintos pela riqueza, pela posição social e pela piedade, mas principalmente pela devoção extraordinária que tinham a Nossa Senhora. Os seus nomes eram: Bonfílio Monáldio, Bonajuncta, Manetto Antellense, Amidéo, Ugúccio, Sosteneo e Aleixo.

O povo italiano, devido a uma política mal orientada, achava-se dividido em muitos partidos que se odiavam e perseguiam. 
Deus serviu-se destes sete nobres cidadãos para, no meio de uma sociedade dilacerada pelo fanatismo e pelo ódio, estabelecer exemplos vivos de caridade e verdadeira fraternidade.  

Quando, no dia 15 de Agosto de 1233, todos se encontravam reunidos em fervorosas orações, Maria Santíssima apareceu exortando-os a abraçarem um género de vida mais perfeito. Fizeram comunicação disto ao Bispo. Trocaram as suas vestes de nobres por um hábito pobre, usando ainda um cilício por cima, e foram residir numa casa de campo, formando assim uma santa comunidade. Escolheram para este seu passo o dia da Natividade de Maria Santíssima (8 de Setembro).  

Pouco tempo depois, o povo florentino admirou o espectáculo de ver estes mesmos homens andar de porta em porta a pedir esmolas. A atitude dos homens, de fidalgos que foram até serem mendigos, causou sensação. Censurados por uns, ridicularizados por outros; pela, maioria porém, admirados e reverenciados, tiveram uma prova do beneplácito divino, quando, inesperadamente, com estupefação de todos que presenciaram a cena, vozes de crianças os aclamaram, dizendo: “Eis os Servos de Maria!”. Entre estas crianças se achava São Felipe Benício, que tinha apenas 5 meses de idade. O nome que as crianças, por inspiração divina lhes deram, ficou para sempre.

Como a sua residência se tornasse alvo de verdadeiras romarias, e assim não pudessem levar a vida de solidão, de penitência, oração e meditação que a Deus tinham prometido, retiraram-se para o monte Senário, a quatro léguas de Florença. No ermo daquela região, entregaram-se aos exercícios da mais rigorosa penitência, e por assunto quase único e predilecto das suas meditações tomaram a Paixão de Nosso Senhor e as Dores de sua Mãe Santíssima.

À  Santa Sé, pediram que se dignasse dar-lhes uma Regra escrita. Com fervorosas orações, dirigiram-se a Jesus e Maria recomendando à sua Providência e ao amor esta importante causa. Foram atendidos de uma maneira encantadora. 

Na madrugada de 28 de Fevereiro de 1239, terceiro Domingo da Quaresma, apresentaram-se-lhes a sua vinha, plantada há pouco tempo, agora com toda a pujança, toda verde, as parreiras carregadas de cachos de uvas maduras, quando os campos e as montanhas da redondeza se achavam cobertos de gelo e neve. A admiração diante deste milagre cresceu ainda mais quando o Bispo, a quem relataram o fenómeno, lhes disse que ele, na mesma noite, em sonho, tinha visto uma parreira viçosa com sete galhos, cada um trazendo sete cachos; e de Maria ouvira dizer que esta parreira iria crescer ainda. A interpretação que o Prelado deu a este sonho foi a de ser da vontade de Deus e de Nossa Senhora a Ordem se estender e os “Servos de Maria” não continuar na atitude de negar admissão a quem se lhes quisesse associar. Os santos homens prometeram se conformar com este alvitre e a aceitar candidatos.

Na noite de Sexta-feira Santa, viram-se diante de um outro milagre. Maria Santíssima apareceu aos seus Servos vestida de pesado luto. Na sua companhia, viram anjos, dos quais alguns com instrumentos martirizantes da Sagrada Paixão e Morte de Jesus, outro com o livro aberto da Regra de Santo Agostinho, e ainda outro com o título escrito em ouro: “Servos de Maria”. Seguiam mais anjos trazendo um hábito preto e uma palma. O hábito com a palma, Maria deu-o aos Religiosos, dizendo estas palavras: “Escolhi-vos, meus Servos, para que, usando do meu nome, vades trabalhar na Vinha de meu Filho. Eis aqui o hábito, que vos dou. A sua cor negra lembrar-vos as dores que hoje sofri ao pé da Cruz, assistindo a agonia de meu Filho, Jesus. A Regra de Santo Agostinho recebei-a por norma da vossa vida; a palma far-vos-á lembrar a glória eterna, prémio da perseverança fiel no meu serviço”.   

Nossa Senhora também apareceu ao Bispo e ordem lhe deu para proceder à solene vestição do hábito preto aos seus Servos. Esta realizou logo no dia da Páscoa. O Papa Inocêncio IV, em 1251, deu a aprovação eclesiástica à Ordem dos Servitas. Esta rapidamente se desenvolveu. Setenta anos depois da sua fundação, contava já 10 mil religiosos em diversos Países da Europa.  

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