sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Bispo Norueguês: Os jovens estão ansiosos por redescobrir o Rito Antigo

O Bispo Erik Varden, 50 anos, de Trondheim (Noruega) criticou a tendência verificada em meados do século XX entre os católicos, incluindo monges, de se voltarem para o ioga e outras práticas religiosas corporais do Extremo Oriente, abandonando a própria liturgia da Igreja após o Concílio Vaticano II. Explicou que a Igreja pode prescindir do ioga e recuperar a confiança na sua própria tradição. Principais pontos relativos ao Rito Romano.

- Nos círculos católicos, os jovens estão ansiosos por redescobrir aspectos da liturgia e da prática ascética que foram abandonados após o Concílio Vaticano II.

- Os jovens que hoje procuram encontrar-se repreendidos por um 'establishment' predominantemente mais velho, moldado pelas ansiedades desse tempo revolucionário.

- O chamado “conservadorismo” litúrgico actual não é a expressão de uma alegada tendência “retrógrada” ou “rígida”, mas representa antes o oposto: um desejo de ser renovado em Cristo.

- No rito romano tradicional, o sacerdote está sujeito a uma disciplina moral e física. A alma e o corpo são preparados antecipadamente para o Sacrifício Eucarístico [exigência de confissão e jejum]. Os sacerdotes devem adaptar-se à liturgia e não o contrário.

- Relativamente ao jejum antes da Missa [a partir da meia-noite], foi pedida uma revisão das regras da Igreja, como a possibilidade de quebrar o jejum com água ou medicamentos. Mas a permissão foi muito mais longe. A regra actual é jejuar durante uma hora antes de comungar, o que, na prática, apenas exclui a possibilidade de comer alguma coisa durante a Missa.

- O padre não é o centro da celebração. A sua tarefa é desaparecer nas palavras e nos gestos que lhe são atribuídos, submetendo-se a uma realidade objectiva.

- A repetição inteligente e quotidiana de ritos significativos não pode deixar de ser formativa. As acções exteriores influenciam, para o bem e para o mal, a mente consciente e o espírito sensível.

- Numa época marcada pela artificialidade, pela retórica de chumbo, pelos cultos da personalidade, pelas “inovações” desesperadas e de uma banalidade terrível na encenação, na campanha política e na prática litúrgica, a procura de uma expressão objectiva e devocional nas funções sagradas parece-me sã e orientada para o futuro.

- Muitos padres consideraram “sufocante” a antiga forma litúrgica, a missa com as suas rubricas inflexíveis, 16 genuflexões e 52 sinais da cruz, e estavam sedentos de “expressão espontânea”, mas o que se seguiu foi a emergência, por vezes entediante e destructiva, do padre como personalidade central. Dotado ou não de grande carisma, formação teológica ou capacidade de pregação, ele é o centro e o foco visual das atenções. Dispõe de uma considerável liberdade executiva para moldar os ritos de acordo com a sua forma e capricho.

- Parece não haver dúvidas de que a incidência de abusos sacerdotais na Igreja Católica Romana aumentou acentuadamente a partir do início da década de 1960, coincidindo com o abandono da disciplina física e ritual na vida e no culto.

- Está documentado que os abusos físicos são quase sempre preparados e precedidos por uma manipulação espiritual baseada em reivindicações de autoridade pessoal baseadas numa ideia delirante e semi-mística que equivale à afirmação: “Eu sou especial, eu mando, eu faço o que quero”.

- Parece míope descartar a fome de ritual, de ascese, de símbolos e de formalismo de muitos jovens cristãos, classificando-a como uma nostalgia tola, com a suprema acusação de ser anti-moderna, anti-inclusiva ou, num contexto católico, anti-conciliar.

- A palavra de ordem do Vaticano II era: “Regressar às fontes! Beber profundamente das fontes é exactamente o que os jovens querem. Por que não ajudá-los?

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